segunda-feira, 28 de junho de 2010

Ah vá.

Eu pensei mas não falei : " eu cansei, e vou sair desse lugar."
E a saudade, onde fica? Onde cabe? Que no meu peito, não tem mais espaço para guardar, e o meu peito, nem meu, queria mais que fosse... No momento, o que sou é só esforço de ser alguém melhor,
pois tudo o que tentei, eu fracassei. Meu orgulho saiu para passear, e deixou a porta aberta, e nisso veio o furacão. Que resolveu em mim, morar.

Eu fui diminuída, mas fiquei onde estava até terminar de ouvir... que tudo, até aquele ponto,o que eu achava que era certo, estava errado. Para mim, a vida estava bossa-nova, uma mistura de jazz com samba. E do outro lado, a vida era grunge, nada romântica.

Tem algo emocional nisso tudo, que diferente de tudo que eu conhecia e era, envolve duas partes, e não se trata mais, somente de mim. Queria eu que a vida fosse tão simples quanto queria, e tão feliz quanto eu imaginava.Queria eu que fosse fácil, mas se fosse fácil, perderia a graça de viver. Pois como dizem, cada dia é um desafio. Mas que bosta.

sábado, 12 de junho de 2010

Eu nunca soube.

Eu não saberia te explicar como me tornei assim. Eu estava rodeada de rostos conhecidos e amigos, mas mesmo assim não era eu, eu não estava em mim. Eu queria um abraço, mas não estava a fim de responder ações e perguntas. Senti como se eu flutuasse a casa que chamo de lar, observando as pessoas, as vidas alheias, mas eu estava ali, eu fazia parte daquelas vidas. Mas aquelas pessoas não faziam parte da minha vida, alheia. No final, peguei um disco de uma das minhas bandas favoritas e fui ouvir, pensativa.


Eu confesso que estava ouvindo baladas românticas, trilha sonora de cena de filme adolescente dos anos 80, pois é. Você sabe, aquelas musicas que você considera brega, mas um trechinho você canta. Porque isso me tira do lugar onde estou. Eu queria estar em um lugar seguro, e eu sei onde encontrar um lugar seguro, eu só tenho vergonha para pedir pra entrar. E além de vergonha, eu tenho meu orgulho, e meu ego grande demais para admitir que aqueles braços me dariam o conforto agora.


Eu quis conversar contigo, como nos velhos tempos, quando era eu e você e a ilusão. Eu achando que seria mais um, e você achando que seria a vida inteira. Ou pelo menos um tempo, que duraria para sempre.
E onde te encontro agora, se não for em uma mesa de sinuca no bar? Qualquer lugar assim, sujo de espírito, a cerveja caída na mesa, a fumaça de cigarro lá fora com o vento. E eu em qualquer lugar, menos perto do cheiro de nicotina, pois o que sinto cheiro, não é público.


Confesso que gosto dessa vida, de amigos vagabundos, de risadas vazias, de carência, vontades e arrependimentos. Mas por um dia, que fosse qualquer dia, eu queria sentir a segurança que eu nunca senti. Algo que nem sei explicar...algo que eu ainda preciso entender. E me acostumar.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Depois, outro dia, outro lugar.




"Quando eu te peço pouco, é porque eu quero tudo que pode me dar
Quando eu te peço pra esquecer, é porque quero te fazer lembrar de tudo que passou

Quando eu te digo que não penso, é porque eu não paro de pensar
Quando eu tento me esconder, é porque eu só quero te mostrar o que eu ainda sou."
Esteban - Segunda-Feira.


domingo, 6 de junho de 2010

Petúnias no Jardim.

Sexta-feira, 4 de junho de 2010

Eu li tantos livros nesses últimos dias, as palavras que eu digo nem minhas são mais. Mas o que se passa aqui dentro não é plágio de ninguém. Porque o que se passa aqui dentro, é quase nada perto de alguém.

É dor, é pena, é um sofrimento que não é meu. É repetir a mesma ação em um lugar, onde as horas do dia demoram pra passar. É ver a rotina maltratando, refletida nos olhos de quem menos merece.... Os remédios na gaveta, as bitucas de cigarro, que a essa casa não pertencem.

A loucura atingindo entes queridos.
E o que resta para ser feito? Pagar os pecados desta vida, olhando pelo outro, ora, isso só alivia a consciência daquele que algo deve.

Tristeza.

É angustiante, dolorido, sentir-se impotente, incapaz. Olhar a Morte atravessar a sala de estar, sentar-se à beira do leito, tomar um café amargo. Enquanto a nós, anfitriões de uma visita indesejada, nada nos resta. Além de nos conformarmos que, quando Ela for embora, destruirá o jardim.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Meio Muda

E o meio do ano chega, mais uma vez, estou igual. Meu nome é o mesmo, a cor dos meus olhos também, minhas mãos, bem, estão frias por causa do vento.

Meu nome é o mesmo, e eu moro na mesma casa que, há dois anos atrás, era novidade para mim. Eu cheguei no verão, e agora já é inverno e vejo algumas flores, umas roxas, outras amarelas ou brancas, florescerem.
Mas em mim, nada além nasceu...

Meus olhos são os mesmos, e o céu à noite é festejado. Sobe, pelo fogo, o balão, e as crianças pulam e correm desejando voar, assim da mesma forma, andar nas nuvens de algodão.... E o balão, termina como qualquer juventude transviada, queimando uma casa e morrendo, quilômetros de distância do seu auge.

É meio do ano, dividindo o tempo em dois, mas não meu sonho, que é o mesmo de dois anos atrás, e nem afastando meus planos. Nunca gostei do balão. Eu gosto do fogo. Da chama que arde e ilumina. Que aquece o corpo, mas não amolece o coração.

Mas enfim... meu coração mudou. Dessa vez mudou, ele não é mais meu, e habita outra casa, está em outro bolso.