quarta-feira, 3 de abril de 2013

Deus, você.

Deus não é justo,
o céu chora o voo do pássaro de abril,
meus pais choram a chegada do outono febril,
a neblina cobre os morros como véu de noiva virgem,
encobre a passagem dos ventos,
o presságio da mudança dos tempos.

Deus não é fiel,
não cumpre os sonhos sonhados de olhos abertos,
te dá pontapés
te gira a 180º
te desmonta, e diz "te vira, e te descobre sozinho, só assim me descobrirás"

Eu digo à Deus
Não, sou fraco,
sou pobre, sou frágil, sou descalço, sou manco.

Tu és completo como és, inteiro nos defeitos como deve ser.

Deus, por que?
Meu coração é pequeno, de menino de rua em roda gigante,
sou carente,
sou cheio de amor,
sou cheio de água nos olhos para derramar a outras belezas
sou cheio de coceiras nos dedos para tocar tudo aquilo que coça a vista, o paladar, o olfato.
Sou infante.

Porque és cheio de amor, tens muito a dar
e criança de rua merece o carinho que lhe é negado
Porque sou Deus,
e por que não?

Quereria

Queria ter motivos para me orgulhar de mim mesma
mas não tenho
sou podre
dos pés a cabea
sou metade capacidade
de tudo aquilo que poderia exercer

E a felicidade,
nao encontra espaço no entulho
 de SEs
 e QUANDOs
 acumulados.

Queria ter motivos para sorrir a toa e dizer:
Que bom que eu segui as batidas do meu coração
Que bom que estou, quem sempre quis ser.