segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Riso

A vida é mesmo coisa engraçada
Faz da rotina uma comédia,
e da comédia uma tragédia.

Tem coisa que ao mesmo tempo alivia, atormenta.
É o vento de verão,
Enquanto refresca,
anuncia a tempestade

Enche a cidade e seu vazio
E leva nas águas o pranto
De quem tinha nada e perdeu tudo.

Cabem num lenço,
toda vida amada entre os lençóis
e as camisas sujas de trabalho,
cabem num lenço,
toda mágoa chorada,
a dúvida e alívio
-Deus dá o cobertor conforme o frio

A vida é mesmo coisa engraçada
Faz da rotina uma comédia
E da tragédia uma comédia
Das pessoas uma comédia
Todos riemriemriemriem...

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Pedido

Espero e peço
cinco minutos seus são difíceis de se conseguir...

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O que sinto está tão profundo que não consigo nem mais encontrar a definição,
se é a falta, a saudade, ou a ausência quase total.
Só sei que sinto.
Eu sinto. E só.

É o cheiro do seu sono, o gosto do seu "aceito", o olhar do seu desejo.
É a carne e a alma.
É o tudo, que sem, sou nada.

É o toque das entrelinhas, é a curva dos arrepios,
é o prazer, que sem a dor, não tem valor.
É mais completo que o amor.

O sabor de seus sotaques, a cor de seus olhares, as notas de seus sorrisos.
É tudo isso, e ao mesmo tempo só.
É o "só" que eu preciso.
É o tudo, que sem, sou nada.

sábado, 3 de setembro de 2011

Terra rasa

Eu já fui teto, eu já fui ponte, mas nunca fui chão.
Quando fui teto, me dividi em mil telhas, mas como mil telhas dividas, não fui um inteiro, e cai parte a parte, mesmo sem tempestade. Eu fui de barro, me rendi ao sol que me rachava e a chuva que me escorria.
Quando fui ponte, estiquei meus braços de margem à margem de um rio, um rio fraco que não precisava de mim, quando fui ponte, eu fui pelo rio, e não por mim, eu era o rio e não a ponte. Eu fui tanto o rio, que a água escassa, mesmo escassa me levou, e nunca mais inteira eu fui.
Agora, chão eu nunca fui, eu precisaria de mais fogo, porque barro eu já sou. Sou barro frágil, minhas partes arrancadas, são modeladas e transformadas, sou eu, mas não sou.
Sou barro podre e mole, Sou só barro, mas não o que sou.
Eu já fui teto
Eu já fui ponte
Mas chão...