sábado, 24 de dezembro de 2011

Vejo muitas fronteiras,
nenhuma barreira,
sou grão de polén,
o vento me leva,
eu vou, e semeio, e sou polén de novo
o vento me leva,
não nasci para ser raiz.

Minha

Quero um dia transformar
toda dor em arte,
toda lágrima em palavra,
em beleza, toda ferida que arde.

O sangue é tinta,
é pixe nas ruas cinzas,
colore tristemente o sadismo cotidiano,
tortura as veias entupidas de carros e fumaças e pessoas,
as veias que enforcam, e pulsam um pulso ratificando a vida,
"eu vivo, vivo, vivo".
O nós desfeito não desfaz o nó
e o pulso pulsa retificando a vida
"não vivo, não, não, não"

O verbo cantado, a palavra vivida e o filme gravado com olhares
e luz do sol, ácido de chuva, água de saudade
o asfalta preto, queimado, derretendo, grudando na sola do sapato
a carne morta, a carne trêmula, lábios falsos.
O sol, ladeira, cerveja e saudade.
Toda dor trafega as artérias, rasgando livremente, autônoma dor,
toma forma, é vomitada, e grita.
Não é arte, por que é feia.
Arde os olhos.
Não é arte, por que é minha.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

sem brilho eterno

Eu sei, você esqueceu de lembrar
Eu sei, você esqueceu de tentar
Eu sei, você esqueceu de voltar
Eu sei, você esqueceu de lutar
Eu sei, você esqueceu de ficar
Eu sei, você esqueceu de sonhar
Eu sei, você esqueceu como amar, como amar
Eu sei, você esqueceu.
Veja o que aconteceu.
” 

-Esteban.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Graça

Acontece que já cansei de rir das minhas próprias desgraças.

Inseto

A felicidade será sempre ofensiva numa casa abandonada. A formiga come, móveis,  restos, fungos, tinta descascada, concreto, blocos, insetos, sujeira, insegurança. Come a casa inteira e cresce formiga, come. Um material vivo e pulsando, reprimido e deitado, molhado, rasgado, fiapos de roupas, num papelão sendo ator de colchão, e uma noticia velha se disfarçando de cobertor. O cadáver nem esfriou e já está sendo consumido. Come formiga, come, não pergunte o que é, não precisa saber o que é, come.
Assassinato só se torna crime quando é conhecido, então não faz mal, dorme menina, pensa, mas não diz, a formiga come, os dedos percorrem, fios de cabelo, caem, dorme, dorme. Sonha e repete, lembra? Coxas espalhadas, suor, o ar, mãos, peitos, água, lembra? Dorme, pisca, dói. A formiga come, cresce. Não é assassinato quando só se assiste morrer, então não faz mal, dormi menina, dorme comigo, não, acorda levanta e volta, deita e fica agora. Como é ser viúva sem defunto, menina? Lembra? Sente? A formiga come, come, cresce, caem blocos, telhas, o vento varre as nuvens, estrelas caem sem suporte, ossos remexem, órgãos dissecam, alaga o peito, produto dos olhos cerrados.
A formiga come, felizmente triste, pensa, menina, já pensou como seria? O teto inteiro, a bola de fogo passando, e nós, e peles, e olhos, e sopros, e cabelos, mãos, pelos, e pernas, nó entre nós. Já pensou? Pensei, já, e só, pensei. A formiga não come, devora, não cresce, agiganta. Casa sem teto, paredes ou chão.
Só formiga. O monstro da indiferença.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Ciclo

Água purifica,
o álcool desinfeta,
e o tempo cura.

De bar em bar,
de chuva em chuva
sou um novo eu.
Tenho raiva de tudo
que me lembra você.
Tenho raiva de mim.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Nós no peito

E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade... também.


É tanto amor, eu não sei para onde vai...
meu, ele não é
e meu, nem poderia ser.
é amor para fora
é amor sem reflexo,
e nem poderia,
pois não há alma que o reflita.

É amor e ponto.
é para fora, não me pertence.
amor que tem que ser dado, jogado, gritado
sem eco. sem retorno. sem recíproca.
Amo.

sábado, 26 de novembro de 2011

Eu pensei que fosse amor,

                                                                                                                                                            e era.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

raso

Não sei de onde vem, mas vem algo
Palpita meu coração , alto
Alto que não ouço
- Sentimento cala
Pensamento-

Não que doa, incomoda persiste
Sorrio enquanto falo
ensaio o disfarce
-inútil.

O que conheço é raso,
me mantenho em palavras, não fatos.
Fotos contradizem o que eu penso
Qualquer "Não é isso que você está pensando"
me convence.

Acontece que não estou pensando,
estou sentindo.
O que a isso contradirá?

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Razão Sentimental

"Eu não penso em você. Eu só lembro de você."

- doeu mais que ódio, mais profundo que amor,
duradoura paixão infante, dolorosa hipocondria idosa.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Sobras

Nem sou assim, tanto,
mas estou sobrando.
sobram-me os lados, o centro, o meio,
sobra-me assim, quase de tudo, um tudo inteiro.

Me sobra tanto, que está faltando.
um jogo completo, palavras inteiras,
porque delas metade falta,
a outra metade não me embala
eu não entendo.

Destesto isso, aquilo e o outro também
não estou feliz e sabe,
espero além que palavras de conforto,
não satisfaz, nem desagrada,
não existe, coexiste.

Estou entre o mar e a terra,
não sei se sou porto ou âncora,
se sou coisa, profissão ou pessoa,
se  sou sou, ou estou.

Só sei que o que quer que sou, sobra.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Amalma.

Tenho um amor que não é meu,
que tem um amor que não me cabe,
tenho um amor que não me ama a alma,
tenho um amor que é todo amável e pouco amado.

Tenho um amor que é assim,
as vezes de dentro pra fora,
(muitas vezes de dentro pra fora)
as vezes de fora pra dentro.
As vezes me pula o peito,
as vezes se engole todo,
reprime meus ossos todos e engole meu tórax.

As vezes por um fio de vida,
se arrisca lá fora,
preso ainda aqui, no coração,
e volta todo covarde,
todo doído,
todo maltratado,
vira-lata.

As vezes me ama,
-um pouco-
me enche todo o orgulho,
sorri todo narciso,
dilata toda as pupilas
-menina dos olhos-
mas logo murcha,
balão de festa infantil,
rugas mornas molhadas,
coroa de flores.

Tem um amor que me faz parte,
é de dentro pra fora,
me arde.
Tenho um amor que é de alma.

domingo, 30 de outubro de 2011

Sede.

É muito sal pra pouco mar.

Palhaço inseguro é palhaço sem graça

Só me sentirei segura ao lado seu.
Enquanto isso não acontece,
eu sou isso aqui que sou
as vezes pra lá, as vezes pra cá
nunca no centro, sequer centrada
ou equilibrada.
É corda bamba e frouxa à vinte metros do chão.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Os jornais velhos e dia de mudança

Eu tenho uma nova
notícia, menina dos meus olhos
Você, que já é velha
conhecida minha, e da minha vida
bem sabe dos meus amores
tremores e terrores.

Menina dos meus olhos,
menina minha
Que vê o que eu vejo,
mas não sente o que eu sinto.
O café é preto
e o leite é branco
Um, eu gosto amargo
o outro, puro.

Puro, coração de criança
-nem tão pura assim-
meu eu vulgar.
Traiu meus olhos, meu toque
seu toque, meus lábios, seu beijo
meu corpo
coisa
corpo.

Eu tenho uma notícia,
menina dos meus olhos, notícia
é nova como cheiro do café a cada manhã
mas a água já estava fervida,
e o café colhido, e torrado, e moído.
É nova, é notícia.

Onde vivo não é meu lar
mais...
O conforto nostálgico eu acho,
no futuro comum
como dois e dois, são dois-dois.
O passado que era certo,
é dúvida hoje,
o hoje é dúvida hoje.

Meu conforto
minha vida, meu minha, minha...
não são daqui.
Eu estou mudando,
mudando meu corpo
meu físico.
Encontrar meu espírito
meu metafísico

Eis a notícia,
menina dos meus olhos,
menina minha,
menina
estou indo embora.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Se não for, o que seria ?

Perguntaram-me assim :
" No que inspira tua poesia?"
Oras, no que seria
Se não fosse na vida?

Não a minha, mas a vida.
A alma e o espírito
resumem-se somente
- e tão somente -
em arte.
A Arte.

A arte dos sentimentos e a arte das ciências.
Sim, a arte.

Pensar números é tão arte
quanto pensar palavras,
ou tons, ou cores,
ou olhares, ou tremores,
e temores.

Pensar é sentir.
E sentir é mais profundo que só pensar.
Quem pensa, sente,
mas quem sente,
quem verdadeiramente sente,
vai além.

Então, o que seria a vida,
se não fosse Arte?

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Riso

A vida é mesmo coisa engraçada
Faz da rotina uma comédia,
e da comédia uma tragédia.

Tem coisa que ao mesmo tempo alivia, atormenta.
É o vento de verão,
Enquanto refresca,
anuncia a tempestade

Enche a cidade e seu vazio
E leva nas águas o pranto
De quem tinha nada e perdeu tudo.

Cabem num lenço,
toda vida amada entre os lençóis
e as camisas sujas de trabalho,
cabem num lenço,
toda mágoa chorada,
a dúvida e alívio
-Deus dá o cobertor conforme o frio

A vida é mesmo coisa engraçada
Faz da rotina uma comédia
E da tragédia uma comédia
Das pessoas uma comédia
Todos riemriemriemriem...

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Pedido

Espero e peço
cinco minutos seus são difíceis de se conseguir...

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O que sinto está tão profundo que não consigo nem mais encontrar a definição,
se é a falta, a saudade, ou a ausência quase total.
Só sei que sinto.
Eu sinto. E só.

É o cheiro do seu sono, o gosto do seu "aceito", o olhar do seu desejo.
É a carne e a alma.
É o tudo, que sem, sou nada.

É o toque das entrelinhas, é a curva dos arrepios,
é o prazer, que sem a dor, não tem valor.
É mais completo que o amor.

O sabor de seus sotaques, a cor de seus olhares, as notas de seus sorrisos.
É tudo isso, e ao mesmo tempo só.
É o "só" que eu preciso.
É o tudo, que sem, sou nada.

sábado, 3 de setembro de 2011

Terra rasa

Eu já fui teto, eu já fui ponte, mas nunca fui chão.
Quando fui teto, me dividi em mil telhas, mas como mil telhas dividas, não fui um inteiro, e cai parte a parte, mesmo sem tempestade. Eu fui de barro, me rendi ao sol que me rachava e a chuva que me escorria.
Quando fui ponte, estiquei meus braços de margem à margem de um rio, um rio fraco que não precisava de mim, quando fui ponte, eu fui pelo rio, e não por mim, eu era o rio e não a ponte. Eu fui tanto o rio, que a água escassa, mesmo escassa me levou, e nunca mais inteira eu fui.
Agora, chão eu nunca fui, eu precisaria de mais fogo, porque barro eu já sou. Sou barro frágil, minhas partes arrancadas, são modeladas e transformadas, sou eu, mas não sou.
Sou barro podre e mole, Sou só barro, mas não o que sou.
Eu já fui teto
Eu já fui ponte
Mas chão...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Tropeço num galho
e caio podre no chão

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Diz que só diz.

diz que quer, mas não faz.
diz que pensa, mas não concretiza,
diz que é, mas só está.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Vivi

Somente estive feliz,
porque para ser triste,
tempo, eu não tive.

Sorri,
Com a mesma intensidade que sofri,
neste curto espaço de tempo,
quando pisquei,
cresci.

Estiquei meus braços,
para fora do casúlo,
já, inocente, com a intenção
de abraçar o inteiro do mundo.

Doeram meus braços tão pequenos,
Meu abraço tão apertado...
Recolhi-me ao peito meu,
Quente e fresco, como leite materno.

Mal saí do útero,
e já tive que enfrentar o mundo.
Mal abri os olhos,
e devo enxergar a fundo.
Mal nasci, cresci, morri.

sábado, 14 de maio de 2011

O meu problema é querer agarrar o mundo muito grande pro meu abraço tão apertado.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Desse lado de cá

Vem e me prova que é amor, toda sua calma é que me explode o pensamento, vem me prova que é amor, todo esse tempo foi. De onde vem todo amor? Se não for da dor, então vai além, é pra mais de mil metros do mundo que eu conheço, mas eu não conheço o mundo todo, mas de tudo que eu conheço, eu sei que é maior.
Apenas pelos vestígios de felicidade, e os resquícios de bons amigos, então vem e me prova que é amor. De onde vem, tanto amor? Se você não vem, então eu vou, ah vou além do que sou, sem mais ninguém, eu vou assim, a metade inteira que sou, porque é pecado tanto amor e não demonstrar, chega a ser pecado guardar.
Vem ser aqui, perto do meu calor, toda essência do viver, e passsa pro meu olhar toda paz que seu espírito me dá, vem.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

ou

a felicidade não dura
ou ela não existe

domingo, 27 de março de 2011

Perdoar e esquecer :

Vai tomar no meio, bem no meio do seu cú.

quinta-feira, 24 de março de 2011

eu

O verbo me calou,
e desde então,
eu nunca mais fui.

quarta-feira, 23 de março de 2011

'Sobrou pra mim

A felicidade sempre ofende,
Mas tristeza demais, cansa.
Cansa.'

domingo, 13 de março de 2011

Passei o dia
sem luz do dia.

Marimbu

Eu vivia numa redoma.
Mentira, eu vivo, mas finjo que é transparente
Transparente como o ar que vocês ai respiram
O meu aqui é cor de fumaça no vidro.

Eu me escondi
Num um dia tão maravilhoso
Mas que mudou,
assim como meu humor
está chovendo agora

Transbordando até os meus olhos
Inundando toda a redoma
Eu prendo a respiração e fecho os olhos
Esperando que a água uma hora vaze.

sexta-feira, 11 de março de 2011

2

Os sotaques da sua língua me salivam a boca,
mastigando cada canto do seu casto
Sorrindo com os olhos fechados,
eu vejo agora, eu vejo agora
uma alma que antes eu não sentia
e deslizam meus arrepios
sobre os seus.

Fazendo cada sombra nesse quarto
as vezes duas, uma,
numa dança movimentam-se
aos sons dos pulmões
os corações
sendo os seus, os meus.

Os meus, os seus.
Eu lembro de quando você era um BOSTA
e ninguém gostava de você;
mas eu sim.

E agora?

quarta-feira, 9 de março de 2011

julgamento

Eu não sei, esse coração tá longe, longe que perdeu a personalidade e força de vontade da alma.
É que aperta e dói cada tragada de saudade, imagine um asmático com prazer de fumar. Só que sem a parte do prazer, é só o vício mesmo.

Eu me levanto na mesma posição em que fui dormir, e acordo com o mesmo pensamento de quando fui dormir, e me perguntou se as horas já passaram, ou o sol está nascendo na hora errada, só para me confundir. Levanto e vejo um quadro branco pendurado onde antes estava o espelho, oras, quem colocou ele aí, se eu não vi, estive o tempo todo aqui ? ah bem, deixa pra lá.
Saio do quarto e finjo rir com a mente vazia, ouço conversa e não sei o que dizer, eu só sei concordar, nem pensar por mim, nem pensar por mim...

Anoitece, mas o dia não passou, se passou eu não vi, estive aqui o tempo todo, vou pro quarto, entre quatro paredes vejo o quadro mudar de aspecto, olho de novo para ter certeza, e ele mudou de aspecto, chego perto para observar, e ele está lá branco, tiro os óculos e coço os olhos, continua branco, me afastei. Virei as costas, voltei a olhá-lo, diferente ele estava, chego perto, branco ele está, estou enlouquecendo, ou meu rosto desaparecendo ?

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Atriz

Traga a minha poesia um novo olhar,

um novo toque,

um novo modo de se interpretar

Você é atriz das minhas perspectivas

E dança com as tintas em seus tons em cada quadro

em cada luz que ilumina do céu do espetáculo

No qual eu coloco todo o sentimento

desde o medo até o silêncio.

E brinca com os tecidos desse palco,

como os lençóis do meu quarto,

e estamos a sós.

Áurea

Estou tão livre quanto um papagaio com a gaiola aberta
a asa quebrada, mas a passagem livre
Eu sou de alguém e não sou de ninguém
Eu sou livre sem aforria
Eu sou de alguém na terra de ninguém

Eu sou tão bom quanto o papagaio treinado
de "parabéns a você" à "filho da puta"
Dessa forma até eu canto e sou artista

Eu sou tão livre quanto o pássaro abandonado na floresta
Quanto o concreto que se manifesta
Quanto a opinião que me contesta
Quanto a gaiola que me fecha.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

República

Eu estava na sala de estar com os outros amigos, enquanto alguns fumavam na varanda apertada, outros acompanhavam o futebol na tv de tubo, e eu estava sentada no braço do sofá vermelho, o maior. Me ofereceram uma cerveja, então fui buscá-la na cozinha, com copa estilo americana, toda de azulejo, estilo cozinha de vó, abri a geladeira e fui retirando as cervejas, enquanto minha amiga conversava comigo, eu nao estava prestando atenção. Só quando então, com uma latinha na mão, ela apontou para trás de mim, e disse que talvez aquela pessoa precisasse de mim, pois bem virei, e essa pessoa que talvez precisasse de mim me pegou pela mão e me levou, nem deu tempo de pegar a latinha. Sentei no sofá. outro sofá, em outro cômodo, esse era um sofá marrom, de tecido, em frente a porta principal e da cozinha, então sentou no meu colo meio de lado e me beijou, eu a segurei, estava com uma camiseta preta, de banda, masculina comprida que cobria até as coxas, e eu com a mão direita no seu joelho, que ia subindo lentamente pela coxa. Seus dois braços envolvendo meu pescoço, paramos de nos beijar, e pude ver um sorriso, se aproximou de meu rosto e começou a dizer coisas em meu ouvido, só posso lembrar que eu tremia. Sorria e apertava forte meu corpo contra o seu. Então se levantou, pegou minha mão e me levou.
Sonhei com você essa noite. De novo.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Stay Gold

Eu não sei como as pessoas lembram de coisas de tanto tempo atrás, eu tenho a terrivel mania de fazer questão de não lembrar, acho que é pra evitar a saudade, portanto esqueço.

Por incrível que seja, é terrível. Me esforço para lembrar tempos, pessoas e lugares " Ah Deus, como queria reviver tudo aquilo!" pelo simples prazer de poder recordar, poder contar, ligar para um fulano do colégio e dizer que me peguei lembrando do nosso tempo e que senti falta daquele tempo " Vamos marcar de nos ver, como vai sua vida?!". Isso nunca acontece comigo.

Acontece que por mais que eu me esforce para manter o passado longe do meu coração, eu não quero que meu presente passe a ser lembrança apenas, eu quero vivê-lo todo dia, e sabe menina, eu me mudaria para a cidade dos ladrilhos por você, estou feliz assim. E engraçado, eu evitando o passado, disposta a viver num lugar da história, menina. Contanto que seja para seu pulso escrever a minha história.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Esforço

Eu deveria ter me esforçado mais no lado esquerdo,
mas eu não fiz. Apesar de ser canhota,
mas isso não tem nada a ver com meu coração,
tirando o fato que o sangue que corre pelo meu pulso,
pelos meus dedos,
enquanto escrevo,
vem direto dele.
Do coração.
Que agora está em outro estado.

Eu deveria ter me esforçado mais,
não ter feito por mim,
mas por ele, o coração.
Que vive agora na terra do ouro
E eu aqui, na terra da fumaça.
Eu quero buscá-lo,
ou que ele me buscasse,

Ele me buscou,
eu que não fui...

Eu deveria ter me esforçado mais.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Canseira

Eu penso em como será difícil.

É como... descobrir que Deus não existe, ou algo equivalentemente absurdo.
É sair do mundo das sombras, e virar-se para luz, e olhar imediatamente diretamente para o sol, por longos segundos.
Como ter medo de altura e pular de bungee-jump. Não voluntariamente.
É morrer e só morrer.
Sem nada depois.
Só a terra, ou o fogo. Eu não sei.

Eu penso em como será difícil...
A felicidade ofende.