terça-feira, 28 de julho de 2009

Monólogo Direcionado

Eu não posso mentir, digo, posso, mas não quero, e não devo. De todos, aqueles cinco eram os mais bonitos. Me desliguei do mundo, da situação e das circunstâncias, esqueci o que era sobre mim. Meu coração palpitou. Sorri. E enfim, chegou minha hora e fui embora e naquele momento, chegando em casa, voltei a realidade. Oh meu Deus, o que eu fiz? Pois é a verdade, não são apenas frases : são fatos, eu vivi, eu vi, eu estava ali. E por que então somente no papel, aquilo era tão bonito? Em cinco páginas, aquela visão unilateral se tornou para mim, tão bela e absolutamente platônica. Aquela verdade nunca seria minha, por maior o esforço que fizesse.

Eu não posso fingir, ainda mais. Me esforçar. Eventualmente me arrepender. Fiz o que me acostumei a fazer : me calei. O silêncio, às vezes diz por si só, depende da interpretação de quem o presencia, por isso eu temo. Mas na verdade, eu já espero por más interpretações, e nem me importo mais. Mas, às vezes, se torna praticamente impossível não se irritar com certas interpretações. Pessoas que pensam te entender. Ah, Deus...

E sempre há as pessoas que vêm me lembrar da existência desse autor : não é coisa da minha cabeça ( antes fosse).Mas não é preciso, os fantasmas já fazem esse trabalho, assim como o ponteiro do relógio. O tic-tac me irrita, assim como essas pessoas. E eu não minto. Como já disse que não faria, no começo do texto.

Eu tento entender, se nem eu mesma me suporto por vezes, se eu mesma por vezes sinto asco de mim.
Os olhos que me acertam como flechada, e eu finjo não prestar atenção. Os olhos que se abaixam relutantes, e eu os vigio com devoção. Sorrio. Os olhos que querem que eu mude - certos comportamentos. Os olhos que me convencem, e eu tento. Oh Deus, juro que tento! Eu mudaria para melhor, se eu quisesse. Os olhos que me esperariam, se eu fosse verdadeira.

E eu, aqui, não minto, como já disse no mesmo.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

The Time 115

A chuva atrapalha, e embaralha meus pensamentos : perdi o foco. E eu acredito mesmo, é bem possível, que qualquer estranho possa assinar meu atestado de insanidade. Olha meu estado, andando por São Paulo, perdida de orientações, perguntando o caminho à um taxista - que fala um português bem estranho. E chove.

O que vim fazer mesmo? Foi bom conversar contigo, e saber que nem meu melhor amigo poderia ter dito melhor. Esqueci dos problemas, e foi estranho falar deles, enquanto meu cérebro processava informações do dia. E informações, não banalidades, conhecimento. Eu nunca havia feito aquele caminho na vida, me senti tão independente. Segura de mim. Mas apesar, chovia.

E nós, olha que engraçado, criticando o falso moralismo, eu acabei por cometer um. E nem percebi, acostumei com essa mentira : "Eu sei o que eu quero, o que eu gosto". Mentira, sei de nada. Nem sei que ônibus pegar, vou saber lá de mim? Oras....

"Vou te passar um telefone, vê se a procura..." Ah por favor! Eu preciso mesmo, não sei como lido com essa situação, que atitude a mais devo tomar. Ficar trancada em casa e não abrir mais a boca...Mas e essa sensação de hoje? Ah, eu me senti tão independente. Segura de mim. Mas apesar, chovia. E quando outrora terei a mesma sensação, pesar de escassa e limitada? E chuvosa também.

Eu queria dormir. Mas não consegui, a mente ainda processando, planejando, almejando tanta coisa... "Ah, tudo vai melhorar sim..." eu não parava de pensar, minha vida vai ser feliz! Parei antes de casa, e resolvi comer, a ansiedade passou. Eu me saciei com tão pouco. E eu já almejando isso para vida inteira, que pretensão a minha, há tantos cacos de vidro no caminho...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Cravo e Canela

Sobre o medo e outras coisas que eu não queria te contar :

Eu já tive minha dose de você, eu agora, não preciso mais. Mas é da inocência que eu abuso, e te levo assim, a crer, que eu não pretendia nada disso. Pois enfim, as consequências, eu não pretendia, assumo isso. Afinal, o que tenho a perder? Não ganhei nada além do que mereci.

Um brinde a nós, que de uma forma estranha nos completamos de alguma maneira, qualquer ela que seja. Eu só não quero você longe de mim, mas não tão próximo - a tentação. Você é tão maior em 3 meses do que eu sou em 6. E meu medo, é você tão maior, que eu não possa te alcançar, apesar de já ter tido minha dose de você, isso foi ontem.

Eu queria levar pedaços seus para casa, para cada momento um sorriso, um calor, um abraço, um olhar, que fosse sua respiração ou o branco dos seus olhos... Mas eu queria para mim, para evitar esse papel patético que interpreto de "eu não preciso de ninguém" mas a qualquer deslize eu já estou atrás de você.

Eu queria te encontrar em qualquer um. Nem que eu pagasse para isso. Mas minha sorte é tão infortúnia que dinheiro para mim, é passageiro.

O pior, é que demoraram anos para eu ter minha dose de você, e em apenas alguns segundos, é capaz de eu ter falado muito. Te assustei, meu bem? Meu sonho sempre foi te dizer " bom dia" e "boa noite" em um mesmo diálogo. E o que sobrou de ti para mim, foi um copo de cachaça. Cravo e Canela.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Chá com limão e reflexão.

Eu gostaria de dizer tanta coisa, e na hora sai tudo errado. Inferno. Você me interpreta errado, e eu acabo sempre sendo punida por fatos que poderiam ser evitados. Eu ando em ovos dentro da minha própria casa, onde eu deveria ter minha expressão de liberdade ilimitada.

Eu exercito minha paciência com frequência - até mais do que gostaria - mas essa virtude por vezes se esgota, e causo a guerra dando o primeiro tiro : no pé. Às vezes nem sei o motivo pelo qual carrego a arma carregada, não gosto de violência. Porém, para manter a calma - outra virtude que devo perseverar - distribuo socos pelo ar, não pretendo machucar nada nem ninguém.

E mesmo assim. É mesmo assim, a história que eu faço cair a cada passo meu, não está bem escrita, e minha subjetividade à cada segunda pessoa que eu dirijo, é mal interpretada por cada leitor. Se sentir diretamente afetado, é egocentrismo, achar que meu mundo é seu.

Meus dedos machucados e cansados de escrever, apagar, tocar, eu perco minhas digitais. Minha identidade: Quem eu sou? Serei futuramente um reflexo seu? Ou até seus? Oh Deus por favor, não permita! Acho que por isso até, que perco sempre a guerra de modo trágico, por não dar trégua e negar a onde e a quem pertenço. Não sou fiel a minhas origens.

Pretendo me reinventar e construir minhas bases com minhas mãos de qualquer modo, ser diferente e nova daquilo que fui ontem, ser melhor e maior.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Three Days Missing

A verdade é que eu não sinto vontade, não sinto saudades, não sinto necessidade. E a verdade é que eu só fui chorar no terceiro dia de ausência,[...] . Eu penso, e me convenço todos os dias que o meu raio de sol irá voltar. A brilhar, ah tão alto no céu. Eu acho que, se eu tivesse visto com meus próprios olhos, eu iria acreditar, e não acharia que é simplesmente uma brincadeira, que são os outros tentando me persuadir a algo que eu não quero.

A questão, não é você em si. E nunca será, entenda e aceite. Eu não sei, mas acho que consigo substituir de forma indolor as pessoas e seus valores. Para mim, é claro. Mas dessa vez é diferente, eu sei porque vou atrás, eu sei o porquê. Talvez porque você não seja (tão) humana (assim), é fácil me completar em você.

Ah raio de sol, quem te roubou de mim? Por que decidiu partir? Eu posso até compreender, que não queira ficar enclausurada aqui (sendo devastada pelo tédio e rotina assim como eu). Mas o que eu te fiz? A esperança em mim não se foi, eu sorri hoje quando sonhei. É bom não pensar que isso aconteceu.

É bom pensar, que quando eu chegar em casa - ah, besteira minha, eu não saio de casa - é bom pensar que quando você chegar em casa, você sorrirá para mim. Ah, serão lágrimas de felicidade.

terça-feira, 7 de julho de 2009

A essa dose.

Onde estão todos os segredos que você tem medo de contar? Ouça meu sussurro, assim você pode se ouvir.



E eu poderia ser qualquer coisa se você me quisesse aqui, eu consertaria qualquer pedaço seu, se você me deixasse perto. Sinto muito dizer isso. Mas você está quebrado, encare. Nem o céu mais azul, nem a estrela mais real, poderia deixar teu dia mais colorido. Seu sorriso se foi, e isso é o pior. E não foi à mim que você recorreu. E isso me faz pior.

Onde estão seus sonhos? Suas tardes na grama olhando nuvens, seus livros lidos e contados, seus filmes vistos e vividos. Ah eram tão puros seus olhares, dizeres e risadas. Eu gostava assim. Eu me importava ao máximo em continuar ser assim. Você pra mim, sorrir. Eu, a te fazer sorrir. Smile, even if your heart is aching...

Se lembra o dia, o mesmo no qual me revelei o pior, e você me disse "Eu te amo" ? Eu deitei e chorei, você não viu. Não é isso. Não. É só você sorrir, eu te fazer sorrir, somente paz e felicidade. Amor? Não por favor. Dos meus anos vividos, quatro foram os piores, a era da ilusão, amor, paixão : Platônico.

Eu prometi à mim, e ao mundo ao meu redor, não repetir essa dose, eu não repetirei esses quatro anos, e não permitirei que o façam por mim. Ainda, eu não escolhi um caminho. Me perdi. Você parece tão, tão seguro das suas escolhas. Mas ainda sim, o que te faz feliz?

Eu não sei mais, logo eu. Logo eu, que de nós, sempre tomei as decisões, que das estrelas, eu as sabia de cor, que de você, ah você....

Não percebe as minhas cartas? Declarações e depoimentos, todos com fragmentos seus? Eu não sei mais quem sou, quem me pertece, e os sonhos, quais são meus? E os fantasiados? E os seus, que cumpro-os somente para te fazer satisfeito.

De todos os refrões, versos, pontes, solos, essa é a sinfonia menos ensaiada, a da nossa existência teatral, melódica e dramática. O que o músico não faz a seu maestro?

sábado, 4 de julho de 2009

Antes da vida nos desapegar.

Can I hold you one last time? To fight this feeling that is growing in my mind/ I know I did us both all wrong/ I know I'm not always all that strong

Me diz agora quem eu sou? Com os pés plantados no chão do centro da cidade sem saber reagir, e anjo... quem tu és? E como sabes de mim? Há quanto tempo eu não o vejo e não sinto o desejo de ficar ali... We were lovers in every way e todos os dias.

E agora eu quero ir embora e fujo da realidade que me injetam como sonho, não obrigada, prefiro dormir até às duas da tarde e voltar a me deitar às sete da noite. Alheia à tudo. À todos, à pensamentos, sentimentos e desejos. E como então pode meu coração bater por outro que é alheio ao mesmo?

Vou tomar um banho gelado, um gole de chá com limão, ouvir uma música e inventar histórias, rir sozinha das piadas que eu invento, e discutir política com a televisão( a única verdade), sorrir para o vidro, fazer caretas ao espelho, e imaginar um corte de cabelo. Mas não vou me dar o trabalho de sair de casa, ah não...

Vou tomar umas pílulas e ir dormir, dormir... com a cabeça rodando de tantos anti-inflamatórios e a saudade de quem agora está há uma semana longe de mim, alguns quilômetros de distância... mandarei uma mensagem. Mais tarde.

E o propósito de hoje se esvairou, um brilho que não existe mais, vou me deixar cair em tentação. Fugir? Claro que não(!). Fingir. Aquele descuido, que não foi acidental.