quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Sala Vazia

"... se encante mais meu pensamento..."

Uma sala vazia te satisfaria? Porque tu danças cada enredo, eu não sei se me mexo, e tenho medo de te fazer cair.

Dance a cada nuvem que te cobre, que o sol te vem brilhar, e eu fico a te observar, desejando ser a inspiração de cada passo teu, que tu me interrompes o pensamento, a fala, o movimento. Eu fico sem ar, gaguejo à tua soberania sobre mim, tu ris, e eu fico na dúvida se foi para mim, ou de mim... Eu, apenas no ar e no desejo, desenho chão de estrelas, pelas quais teus pés passariam sutilmente, e elas se eclodiriam pela tua presença. E tua vida seria eternamente fogos de artifício, me trariam sorrisos, e de lágrimas nos olhos, eu, na primeira fileira, levantaria e aplaudiria, assim como outros milhões fariam.

Porque tua vida é nos palcos, e lá tu brilhas sem pudor, desde que, depois, volte a ser meu e somente meu, entre as paredes do nosso infinito, que não são suficientes para mim, te ter somente um infinito, eu quero universos, eu quero o o mesmo ar que o teu, a mesma luz que te ilumina, eu quero teu sorriso a cada manhã, teu vôo alcançar o céu, e de lá eu ainda te sentir aqui perto de mim. Porque é assim que eu sonho a vida inteira.

O príncipe que me conduz pelo salão, o que eu não faria por ele? E ao redor não há mais ninguém, não sinto nada, nem ninguém, a melodia é o som da tua respiração, não sinto aos meus pés mais o chão, e que chão? Para que chão, para que Terra? Se, agora, eu tenho esse momento meu, esse calor que também me pertence, a mão que me segura, e os olhos que me vigiam. Eu sinto em meu peito as batidas daquele coração, é como se fosse em mim injetada outra vida, que agora se faz minha, e que eu, do outro lado, observo tudo atentamente, e controlo tudo perfeitamente, o filme que eu imaginei...

Eu peço à Deus todas as noites, que nunca morras. Pois, mesmo com ciúmes, desejo que outros mil vivam a mesma experiência que eu. Ao teu lado, estrela. E mesmo após minha morte, queira a Morte te levar, eu não permitirei, pois a vida, assim como foi com a minha, te pertence, e ninguém poderá levar isso de ti. Te observarei em todas as nuvens que te protegem a sombra, e meus olhos se iluminarão sempre que os teus a cima se direcionarem.

Que tua luz seja tão infinita quanto o infinito que eu criei.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Forma Indevida

Eu gostaria de ter o mundo, se fosse possível. É ridícula a diferença entre o modo que vivo para o modo que quero viver, está tudo tão longe, isso me desanima de tentar. Por que eu tenho que alcançar o que todos (e qualquer um) consegue se eu posso tentar algo a mais? Se eu posso, e sei que sou capaz de ir além... Me restringem do meu próprio talento, ah...

Eu me revolto e me rebelo de forma indevida, e me sinto julgada sem antes saberem dos meus motivos. É arrependimento que bate à porta, e eu me recuso a atender, fecho as portas e apago as luzes, fingindo que não tem ninguém aqui dentro, porque não tem ninguém de qualquer jeito...

E os olhos que me atravessam pelas ruas, me acertam como flechadas, quanto aos olhos conhecidos, os meus pedem desculpas, muitas vezes cabisbaixos. Os olhos verdes que me olham com medo, os castanhos que me desconhecem, e os castanhos claros? Aqueles olhos que não me pertencem mais, eles não me olham mais.

Sobre os rostos que eu gostaria de receber notícias, eles me renegam. E de tudo isso, eu sei que a culpa é minha. Sinto falta de afeto, e exagero em pedidos, me desespero e fico constrangida, me retenho a quem sou ali, perto da parede, com o olhar longe e desfocado - eu até fumaria um cigarro, se não fosse asmática.

Respiro e sinto alguém à mim se dirigindo : "O que te acontece?", "Nada, é isso que me acontece". Não me importa quem foi, ou se acreditou, já que nem eu acredito...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Sabor de viver

A vida se dispersa, mas o que pertence à nós, sempre volta ao lugar. Hoje foi uma prova de que eu sempre terei onde me refugiar, por mais que mude, por mais distantes, sempre próximos, sempre ligados. São coisas que talvez nem Deus consiga mudar. Coisas que teremos sempre a necessidade de completar, e voltar parece nunca termos partido.

Ah querido, parece que dividimos o mesmo sangue. Uma mente é a extensão do outro, o meu corpo se arriscaria pelo teu, inevitávelmente, é recíproco e eu nem preciso cobrar.Eu me orgulho do que fomos e do que somos hoje, os sonhos que temos...eu não gastaria um minuto com isso, se não valesse a pena, e eu sei que vale a pena. Simplesmente estar.

Me faça rir, esquecer de qualquer e todos os problemas, mas sem me distanciar tanto da realidade que eu não me perca na hora de voltar. Voltar para casa e enfrentar a falta, a perda, a saudades, qualquer outra dificuldade que só está aqui dentro. Dentro de casa é outra história, eu não falo de meninos e meninas, de preconceitos, de ilusões, de sonhos grandes demais, do cansaço da rotina...É dor de cabeça.

É só pensar então no futuro que planejei, que felicidade plena! Senhor como será viver de claves, partituras e escalas? Sonoridades próprias, aah Deus! Sorrio só de pensar em tudo que quero conquistar...mas não esqueço, porém, dos empecilhos, ah Senhor serão tantos, quem dera fosse fácil assim como um filme, ah senhor se fosse fácil assim...talvez não fosse tamanha a urgência de um sonho se realizar, talvez não fosse tamanho o prazer e o deleite de viver o que sempre quis.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O que café, o que fumaça.

O mundo não é redondo, é,pois, deformado. Porque o círculo é, como todas as formas geométricas, perfeito. E convenhamos amigos, perfeito é a única coisa que o mundo não é. Mas, sob a minha concepção, a perfeição é, antes de tudo, uma criação humana. assim como o bem e o mal. Entre outras coisas, essa necessidade de atribuir características à tudo. A perfeição é relativa ao que encaixa melhor no seu viver, incluindo todas as qualidades e defeitos.

E (não) atire a primeira pedra quem atingiu essa plenitude ainda vivo. Pois eu duvido, ahahaha olha minha ousadia, que qualquer ser humano é capaz disso, ainda mais sozinho. Veja, o ser humano é sempre, repito, sempre subordinado à algo ou alguém maior, independente da área, e são muitas que a sociedade implica, portanto, sempre precisa de ajuda, por outro lado, é egoísta. Egoísta demais para dividir suas glórias com outro. Sendo assim, um ciclo.

E o que me leva a pensar, e julgar a tal, é oras, minha rotina (!). O que eu vejo nas ruas, em casa, nos meios de comunicação, é totalmente diferente de tudo que qualquer dogma prega. Diferente das promessas, dos panfletos, dos cartazes, das lojas, das canções, dos anúncios de que uma garrafa ou um cigarro trará felicidade. O que o café, o que a fumaça, o que o tempo sentado, parado, adiciona à vida?

Eu ando descrente do mundo, dos seus criadores e conselheiros. Que profeta é esse que abandona seu povo e vai viver de dinheiro? Que povo é esse que deixa isso acontecer? Que povo é esse que mata seus semelhantes, e eu não digo somente os Homo sapiens ? Quem cala consente, e apesar de todo alvoroço, o mundo anda calado. E com medo. E no fim, não é que o mundo seja imperfeito, e sim aqueles que o renovam à cada dia.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Segunda-feira

Francamente eu não me vejo no meu melhor. Tem coisas que o mundo não pode tirar de mim, coisas que talvez mudassem o que sou hoje. O que me acontecesse hoje, eu não tenho quem culpar, talvez seja o tempo que separa o que foi verdade e o que eu gostaria de fosse. Eu descarregaria minha raiva em um só sábado, essa angústia que eu tenho durante os dias, 6 horas por dia... Mas eu prefiro não, seria desperdício de energia, e me desgasto nos papéis, nos riffs, e no vento. E peço, quase implorando, para fazer somente o que estamos ali para fazer, sem desperdiçar saliva, a melodia exige tanto de nós e nos preocupamos mais com as palavras.
E quando me permito dizer que estamos prontos para o que for, estou disposta ao que pode vir, sou privada dos pensamentos, isso fere meu orgulho, um simples "cale a boca" vindo da pessoa que menos espero, fere meu orgulho e me desanima. Eu não estou gostando mais dessa brincadeira, eu quero ir embora. Se esse sonho não for meu também, se esse sonho não vier de mim, se eu for apenas quem executa...eu prefiro ir embora, não quero me esforçar para construir algo, se eu não for o arquiteto.
Segundas-feiras são exaustivas. O pior é que elas se arrastam. Até sexta -feira. Mas sábado já parece segunda, e domingo também parece segunda. Imagine só, uma rotina de segundas-feiras.
Eu não respiro um momento meu, eu respiro letras, reinos, nomes, lugares, artes e os prazeres? Restrito a um único dia. O dia da dor de cabeça e zunido no ouvido, o dia que eu fujo de casa. E de que adianta tanto sacrifício por algo que não me dá retorno? Ah, estou tão imediatista esses tempos...esqueço do longo prazo e das estações seguintes. O ano não é feito só de verão.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Intenso.

O que acontece com o mundo em mim? Pois parece que emfases, tudo se destrói e não parece ir bem por um longo tempo. Por que tudo se quebra em mim, quando minhas fundações não estão seguras? É uma maré de azar, meu ano que azar, e eu vejo meu sonho se realizar em meio ao caos, e eu tenho que permanecer em pé em meio ao desabamento, parecer forte, não deixar tudo cair de uma só vez.
E após um longo tempo, quando a sorte finge estar ao meu lado, sobram as rachaduras, que as cubro com meus próprios dedos, eu tento me segurar, manter esse infinito em mim, não deixá-lo um vácuo. O que sobra enfim, é um passado castigado, um presente frágil e um futuro irreal.
O céu que nos protege, não me pertence, e mesm oque eu alcance as nunvens, elas nunca serão minhas, ou de algodão, ou ao menos doce para os lábios. Me diz estrela maior, você vê o que acontece aqui embaixo? Me diz que aí em cima é melhor, estrela maior, que eu arrumo um jeito de chegar...como seeu nunca tivesse tentado.
As vezes parece que a dor é melhor do que viver, mas eu não me rendo. Não! Fugir assim, perimtir que apontem que eu desisti? Não darei esse prazer à eles assim tão rápido. Um crime assim, tão vulgar, me julgam sem ao menos saberem quem sou, sem saberem minhas intenções. O que eu imaginei como verdade, até agora não foi ao meu favor.
Senhor, me explica como minhas intenções podem me prejudicar sem ao menos se realizarem? Nunca é o bastante tentar, imaginar, boas ações não são recompensadas da mesma maneira que uma má é criticada.