sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Atriz

Traga a minha poesia um novo olhar,

um novo toque,

um novo modo de se interpretar

Você é atriz das minhas perspectivas

E dança com as tintas em seus tons em cada quadro

em cada luz que ilumina do céu do espetáculo

No qual eu coloco todo o sentimento

desde o medo até o silêncio.

E brinca com os tecidos desse palco,

como os lençóis do meu quarto,

e estamos a sós.

Áurea

Estou tão livre quanto um papagaio com a gaiola aberta
a asa quebrada, mas a passagem livre
Eu sou de alguém e não sou de ninguém
Eu sou livre sem aforria
Eu sou de alguém na terra de ninguém

Eu sou tão bom quanto o papagaio treinado
de "parabéns a você" à "filho da puta"
Dessa forma até eu canto e sou artista

Eu sou tão livre quanto o pássaro abandonado na floresta
Quanto o concreto que se manifesta
Quanto a opinião que me contesta
Quanto a gaiola que me fecha.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

República

Eu estava na sala de estar com os outros amigos, enquanto alguns fumavam na varanda apertada, outros acompanhavam o futebol na tv de tubo, e eu estava sentada no braço do sofá vermelho, o maior. Me ofereceram uma cerveja, então fui buscá-la na cozinha, com copa estilo americana, toda de azulejo, estilo cozinha de vó, abri a geladeira e fui retirando as cervejas, enquanto minha amiga conversava comigo, eu nao estava prestando atenção. Só quando então, com uma latinha na mão, ela apontou para trás de mim, e disse que talvez aquela pessoa precisasse de mim, pois bem virei, e essa pessoa que talvez precisasse de mim me pegou pela mão e me levou, nem deu tempo de pegar a latinha. Sentei no sofá. outro sofá, em outro cômodo, esse era um sofá marrom, de tecido, em frente a porta principal e da cozinha, então sentou no meu colo meio de lado e me beijou, eu a segurei, estava com uma camiseta preta, de banda, masculina comprida que cobria até as coxas, e eu com a mão direita no seu joelho, que ia subindo lentamente pela coxa. Seus dois braços envolvendo meu pescoço, paramos de nos beijar, e pude ver um sorriso, se aproximou de meu rosto e começou a dizer coisas em meu ouvido, só posso lembrar que eu tremia. Sorria e apertava forte meu corpo contra o seu. Então se levantou, pegou minha mão e me levou.
Sonhei com você essa noite. De novo.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Stay Gold

Eu não sei como as pessoas lembram de coisas de tanto tempo atrás, eu tenho a terrivel mania de fazer questão de não lembrar, acho que é pra evitar a saudade, portanto esqueço.

Por incrível que seja, é terrível. Me esforço para lembrar tempos, pessoas e lugares " Ah Deus, como queria reviver tudo aquilo!" pelo simples prazer de poder recordar, poder contar, ligar para um fulano do colégio e dizer que me peguei lembrando do nosso tempo e que senti falta daquele tempo " Vamos marcar de nos ver, como vai sua vida?!". Isso nunca acontece comigo.

Acontece que por mais que eu me esforce para manter o passado longe do meu coração, eu não quero que meu presente passe a ser lembrança apenas, eu quero vivê-lo todo dia, e sabe menina, eu me mudaria para a cidade dos ladrilhos por você, estou feliz assim. E engraçado, eu evitando o passado, disposta a viver num lugar da história, menina. Contanto que seja para seu pulso escrever a minha história.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Esforço

Eu deveria ter me esforçado mais no lado esquerdo,
mas eu não fiz. Apesar de ser canhota,
mas isso não tem nada a ver com meu coração,
tirando o fato que o sangue que corre pelo meu pulso,
pelos meus dedos,
enquanto escrevo,
vem direto dele.
Do coração.
Que agora está em outro estado.

Eu deveria ter me esforçado mais,
não ter feito por mim,
mas por ele, o coração.
Que vive agora na terra do ouro
E eu aqui, na terra da fumaça.
Eu quero buscá-lo,
ou que ele me buscasse,

Ele me buscou,
eu que não fui...

Eu deveria ter me esforçado mais.