quarta-feira, 28 de abril de 2010

Poema de bolso

Eu vejo os jovens com suas intenções...
Sair beber beijar dirigir amar ter comprar querer poder exibir ser

Eu vejo os jovens, e minhas intenções...
Sinto-me velha, sinto-me deslocada, sinto-me de outro lugar
Talvez se fosse perto do barro, e as obras em pedra-sabão
Ou em uma ladeira pichada, perto de um bar e uma praça
Eu me sentiria melhor, com um bordado, e óculos, fazendo palavras cruzadas

Eu vejo jovens minhas intenções...
Pois é.
Que mal tem, querer amar?
Que mal tem, querer demonstrar?

Eu me vejo jovens com minhas intenções...
Sentir, querer, olhar, saborear, abraçar, sonhar, tocar, aspirar, notar...
Saber a cor do céu em cada hora do dia,
Saber a cor dos olhos no nascer, e pôr do sol
Reconhecer o gosto, o cheiro, e saber nomear
Sentir no mesmo corpo, a sensação do novo
E nunca se cansar.

domingo, 18 de abril de 2010

"Feliz Aniversário"

Eu só te quero bem, que seja aqui ou em outro lugar, mas que nunca afaste seu coração, não importa onde seu espírito esteja. Que seja junto as pedras preciosas, sob os olhos de quem só te quer bem, ou no mundo desconhecido, onde cada dia, apesar da rotina é uma aventura. E que você se descubra. A cada dia que passa, e você põe os seus óculos escuros, e finge que o mundo não existe, e que você é invisível, e mais ninguém....

Mais ninguém pode te alcançar, quando você voa com os pés no chão e as mãos nas nuvens, pois o universo é infinito e mesmo assim pequeno demais para você e sua curiosidade, e sua vontade, de experimentar tudo, de ouvir tudo, de sentir nos lábios os gostos da paixão, com ou sem limão, que seja doce, que seja o mesmo gosto, só que em outra cidade, que seja em Paris! Ah Paris, sim....seria uma paixão...

Não basta São Paulo, ou o Brasil inteiro, de cabo a rabo, mais vale a intensidade que a duração, então que você viaje, olhando estrelas, ou contando as ondas do mar, mexendo seus pés na areia, sentindo frio em outro lugar, e vendo flocos brancos caírem do céu, pela primeira vez na vida... E que pela primeira vez na vida, você experimente muito mais coisas. Mesmo que por uma fração de segundo, por um dia inteiro ou anos...

E quando o tempo bater de frente, e fios brancos apareçam, você resista.
E insista com o mais largo sorriso, e o mais alto coração.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Indiferença

O mundo dentro de mim
eu
O mundo fora de mim

terça-feira, 13 de abril de 2010

Fragilidade

Pra quem nunca sabe o que dizer, ficar sem dizer, é uma rotina. Ausência de palavras, não remete a ausência de pensamentos, mas tudo o que penso me leva a somente um lugar. Eu posso controlar o que digo, mas não o que sinto, e se quando minhas mãos só querem te alcançar, e você está aqui, na minha frente, mas só na minha frente... o que fazer? Como agir?
É mesmo assim, tão distante, como sonhar ir ao Everest, e acordar no sofá. E pra quem nunca sabe o que quer, sonhar com algo grande, é uma vitória. Falta de sonhos, não remete a falta de objetivo, mas tudo o que faço é dirigido pelo mesmo pensamento. E que pensamento é esse, que se resume em palavras e curvas, em música e toque, em movimento e dança, em....deixa pra lá, é coisa de mais...

E pra quem não sabe nem o que falar, querer escrever, é pretensão demais, e eu ainda não sei o que estou fazendo aqui, por que eu continuo insistindo.... Talvez não houvesse tanto a dizer, se não houvessem tantas dúvidas em mim. E cada dia que passa, eu escrevo minhas confissões, pois peco cada vez que questiono, que olho, que penso, que quero, que toco, que faço, e me arrependo.

Eu pensei que estive aqui em algum lugar, vermelho, quente e rápido, mas tudo que vejo é um buraco, e sempre que cresce mais, dói. Dói em mim e em outro alguém, quase inevitável.

Quando uma criança cai de bicicleta, fazemos um curativo no local.
Pena que não existe band-aid para o coração.

Existem coisas que significam muito, outras são passageiras, outras não significam nada, e eu não sei onde fico.
Fico aqui ou acolá, peço pra ficar ou um beijo de despedida, digo que sim ou que não? Eu não sei onde ficar, eu não sei o que fazer. Eu só sei que vai se quebrar....

sábado, 10 de abril de 2010

Quase lá

Não importa o quanto seja
nunca é o suficiente
.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Que nada, não é nada.

Porque o medo impede de tentar
isso me caracteriza como covarde
E por não admitir que sou covarde,
isso me caracteriza como orgulhosa
e por orgulhosa,
eu quero dizer idiota.

Crença

Eu sinto frio de corpo e de alma, um cobertor não é suficiente para me acalentar, eu quero o fogo. Um fogo que mude de cor, mas nunca e intensidade. Eu sinto sede de paz de de água, eu não quero um copo apenas, eu quero um rio com a imensidão do mar, e calma...navegar pela geografia humana, que seja sempre a mesma, e que mesmo assim, me surpreenda.
Eu quero a ferocidade e a ânsia da juventude, e sem responsabilidade, ver estradas em outros olhos e ver as curvas pelo corpo, sentir as mãos geladas, pelo vento e velocidade, acelerar...
A sensação de que a morte se aproxima, e que aquele é o último momento, e de tão belo, a morte senta e resolve esperar... mas a vida não espera, e quando menos se espera, ela se manifesta e transforma tudo em uma fotografia, que fica somente no desejo dos lençóis.
Respirar fundo, no mesmo ritmo, o compasso, as mãos, e o peito quando se encontram, e numa explosão de cores e movimentos, na mente, e no escuro, tudo se conforma como real, e se confortam com a vontade do mesmo desejo realizar, é tão naturalmente errado, o ato de gerar vida pelo prazer...
A ilusão de ir ao paraíso e voltar, e a morte ainda ali sentada e observando, em um breve momento de uma eterna hora, acordar e sentir o vazio das ondas no lençol, e passar as outras 24 horas do dia com frio e sede. Mas que isso se foda, quando não se crê no amor.