sexta-feira, 29 de maio de 2009

Implorando por desistência

"Você? Pra mim não. Não é mais o mesmo, muito menos o melhor. Quem são todos aqueles? Errantes que te acompanham. Se antes contava seus passos de cor, hoje não sei mais por onde anda.

Não recorra a Deus para me convencer que este é o caminho a seguir. Não estou bem onde estou, e não importa o lugar, aonde quer que eu vá. [Não consegui chorar por ti.] As risadas, sorrisos e piadas - todas ocas, sem sentido e conteúdo - preenchem que a falta que se faz (dentro de mim). Um quarto vazio, faz tanto barulho... "

...Silêncio, eu gosto do silêncio apesar d'ele te constranger. Sobra sensibilidade para os outros quatro sentidos -tal como a visão - já que a audição não tem o que absorver. As cores são mais vivas, e apesar de que elas cansam minha vista facilmente (constantemente com dor de cabeça). Me asseguro, então, no pardo, amarelo, salmão e verde oliva.... São cores que me acalmam e distanciam meu pensamento qualquer que seja (sobre você).

E não é dificil manter minha mente vazia já que ando tão cansada, e me esforço para ficar mais cansada, até que em minha mente não passe mais nenhum pensamento (sujo). E me esforço para ficar exausta.

"* A gente tenta, e pula o mais alto que pode, fecha os olhos, e tenta esquecer...a respiração se torna insuficiente para o tanto que seu coração bate (a ponto de doa) que você possa ouvi-lo, mas tudo vale, você continua, e continua... e chega uma hora, inevitável. Você cai.
* Mesmo com o cansaço, você tenta de novo, você corre, sente sede e fadiga. As dores já não são incômodo, você sente seu coração no pescoço já, e ele salta, como querendo ser vomitado, e você o vomita. E de joelhos você reza por forças pra continuar. Ou implora por desistência.
* Você não se pode dar ao luxo de parar, você levanta com muito esforço, você não consegue pensar direito, você não consegue falar, seu fígado dói, seu pulmão empurra contra suas costelas, suas veias fazem em seu corpo um relevo, sua mão não se fecha mais. Você engole seco, e ele volta a bater desesperadamente, seus olhos entreabertos soltam uma lágrima que passa despercebida pelo suor, você não ouve mais nada,e continua, você salta o tanto que seu corpo permite, você corre o tanto que seus músculos se contraem, você respira o tanto que não dói, seu coração bate o tanto que é necessário pra te deixar vivo.
* E você pára só quando não se lembrar de mais nada, só pára quando não sentir mais nada, não sentir dor, mal-estar, sede...só pára quando sua fraqueza não permite pensar, nem sonhar. "

E eu só paro quando nem seu nome eu consigo pronunciar.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Pleasures I deny

Oh fucking hollow heart, who made you this way? You were not supposed to be empty. Oh my hollow heart, why do you have to brake other hearts? Can't you see that you're only hurting the ones around me, and that makes me feel a terrible person. Oh empty, emotionless, sick, miserable heart...

What's the pleasure about all this? Does that makes you feel good? Does that makes you stronger? i'd die for a chance to fall in love, and oh God, I had this chance in hands. Only God knows how thankful and glad I was to have this chance, and you broke it. You throught it away.

And I tell you my friend, it was not the first time you did this. Everytime you waste a chance, I only get closer to madness.

"Don't you have a heart? Don't you feel anything there, inside of you?"

Oh it hurts evertytime I hear these questions, the same questions.

Oh hollow heart please leave this body, let me live. Let me.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Árvore oca.

O dia estava amarelo. Aquele dia estava. Apesar de, ao amanhecer, ele parecer um pouco verde água, ao longo mudou para amarelo. Pelo menos durante a parte da manhã, quis eu assim pensar.

Passei bem minhas horas amarelas durante a manhã. Até que, em um dos poucos momentos azuis do meu dia, um sinal me pôs de volta ao chão -cinza. Meus planos pro meu dia amarelo saíram do curso, Tive então que seguir um trilho esfumaçado ao caminho de casa.

Quando cheguei em casa meu dia já estava pardo, e foi escurecendo e derretendo. Meu apetite se foi, e parecia que eu mastigava pedras e dejetos durante o almoço. Peguei uma fruta ácida para tentar espantar essa sensação. Não. Só aumentou Conforme o gosto ácido descia minha garganta, desciam também as palavras, repetidas apesar, ácidas para meus ouvidos. Pareciam perfurar lentamente meus tímpanos e ir rasgando sadicamente meu orgulho. Ah e meu orgulho é grande...

Meu dia já estava, a esse ponto, em gravidade zero, marrom poluido, derretido e lento. Eu, cansada de ter ouvido tudo o que já pude decorar, apenas acenava a cabeça concordando ou discordando. Eu não me ajoelharia, o que esperado, para pedir desculpas. Não, o meu orgulho é muito grande. As frases irônicas não hesitavam em sair, atropelando minhas lágrimas e todo o resto. "Eu não tenho amigos não é mesmo? HAHAHAHA."

Até que então, devo admitir, veio o golpe de mestre. Parecia até ser planejado, pois serviu tão bem ao momento (eu de cabeça erguida, ferida, com os olhos encharcados, mas sem chorar, nunca chorar). E lá veio, como uma espada certeira "Você não tem sentimentos?" eu me virei lentamente, minhas pupilas dilatadas começaram a voltar ao normal, minha expressão parecia dizer "Como você disse?" e veio mais uma vez, mais forte agora, "Você não tem sentimentos ai dentro?"

Eu quis chorar, mas sabia que seria fingimento. Na hora, realmente, eu não sentia nada. Remorso algum, nunca(!). Meu dia escuro abria umas frestinhas de luz, era minha chance. Falei. Desabei. Desmoronei. Me desarmei. Foi tudo controlado, contado, calculado, passo por passo. Manipulei.

Minha intenção não era ganhar o jogo, era perder propositalmente, pois para mim, seria um empate, que consequentemente levará a minha vitória futuramente. Meu dia já não era mais amarelo, era agora laranja. Ficou assim até o anoitecer.

Mas aquilo, me doeu. Doeu. Pois sei que é, talvez em partes, verdade. "Você não tem sentimentos ai dentro?" Ai dentro... Aqui dentro é oco por acaso?
"Aja menos com a razão, e mais com o coração viu? Me dá um abraço..." Razão? O que eu fiz não foi sentimental o suficiente para você?

É oco por acaso? Ele bate por qual motivo então?

domingo, 17 de maio de 2009

Explicações

Devido à dúvidas e questões que andaram surgindo (como se já não bastassem as minhas próprias) em relação a veracidade dos meus textos, escrevo para dar, enfim, uma explicação. Escrevo de acordo com o que estou passando, sentindo, ou vendo no momento. Isso não quer dizer que escrevo fielmente a realidade. Mas também não significa que minto. Ah, sim, eu minto. E bastante.

Escrevo baseando-me em fatos reais. Sabe, quando você pega um filme na locadora e na capa está escrito Baseado em fatos reais, pois então amigos, faço o mesmo. Baseio-me em pessoas reais, frases reais, dias reais, e afins. E a partir de então, crio, fantasio lugares, personagens, situações, amores e corações.

Ah, e em relação a me inspirar em pessoas reais, não quer dizer que escrevo para alguma pessoa específica, e sim que me inspiro nela para escrever algo. Meus textos nunca, ou raramente são dirigidos a uma pessoa especificamente. Então, não se sinta especial demais, meu amigo. Pois eu me apego a pequenos detalhes nas pessoas, e assim escrevo. Me apego a olhares, sorrisos, abraços, palavras, flores e cartas.

Isso só quer dizer que algo em você me chamou a atenção. A sinceridade do seu sorriso, a segurança do seu abraço, a força das suas palavras, a cor dos seus olhos. Tudo isso me fascina, seres humanos, convenhamos, são fascinantes.

Me inspiro, mais além aliás, na ficção. Oras em filmes, fotografias, como em livros, músicas e peças teatrais por que não? E quem sou eu pra te esquecer, menino precioso?
Tudo isso me atrai. Tudo isso é um mundo paralelo que se completa tão bem.

E eu gosto de encaixá-los, como um quebra cabeça confuso quem sabe, intercalando com o que é real ou não. Com o que eu sonhei e com o que eu vivi. Faço metáforas, hipotéses sobre o que é ou não verdade. E ai então surgem, como sempre, minhas perguntas. Oh Senhor, eu e minhas dúvidas. Não sei se são necessárias, mas de qualquer forma elas existem e são expostas.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Estrelas de plástico

Fui me deitar mais cedo do que de costume, mas de nada adiantou, pois fiquei rolando naquela cama até a hora que costumo normalmente pegar no sono - isto é, até mais ou menos uma ou duas da manhã . Quando adormeci, estava em uma posição, conhecida por ser como os defuntos ficam no caixão, quando acordei estava na mesma posição.

Antes de dormir, lembro que olhava as estrelinhas de néon que ficam no teto do meu quarto - deixam a noite menos escura - e quando dormi, e comecei a sonhar, sonhei com uma claridade, não sei se por influência do néon, mas enfim...

Era uma luzinha suave, nada como " a luz no fim do túnel", era bem suave mesmo, e no sonho eu estava sentada em um banco de praça branco, aliás eu estava em uma praça com árvores ao redor, e o dia estava agradável: outono, uma brisa levemente fria e o sol amarelo em um céu azul claro com poucas nuvens brancas, bem brancas.

E então que viro para o meu lado esquerdo e o vejo parado, engraçado que não o ouvi chegar, e nem o senti. Ele estava tão estupidamente lindo. Sua pele tão clara, limpa, e aparentemente macia, seus olhos castanhos claros e seu sorriso meigo, eram tão convidativos. Eu quis dizer "como você está lindo" mas parei apenas no olá.

Sentou ao meu lado. E eu sorri. Sua camiseta preta, desbotada apesar, destacavam ainda mais seu tom de pele. Meu Deus, como ele cheirava bem. Ele perguntou como eu estava, e eu me surpreendi com aquele tom de voz, suave e grave, tão maduro e seguro de si. Eu disse apenas "estou".

Eu não resisti e segurei sua mão ao conversarmos, brinquei com seus dedos e passei a mão no seu cabelo arrumado e mais claro por causa da luz do sol, eu o observava tão atentamente, não me segurei em olhar apenas para aqueles olhos, eu queria percorrer-lo inteiro, decorar cada traço seu. O que não foi difícil. Quis ouvir seu coração, mas me conti para não deitar-me nele, coloquei cuidadosamente minha mão no seu peito, senti seu calor e consequentemente as batidas do coração. Parecia tão harmonioso e em sintonia com o exterior. Não me era alheio. E em apenas 15 segundos eu já sabia qual era sua frequência.

Lembrei-me enfim, que aquela não era a única vez que desejei que todos os dias fossem assim. Sem preocupações excessivas - a única, seria se seu coração bate verdadeiramente. Eu sorri.

Até que já eram seis horas da manhã e eu ouvi o despertador do quarto ao lado, fingi que não ouvi e me segurei ao sonho. Enfim meu pai abre a porta e me chama. Eu digo "É um desperdício acordar cedo em uma sexta-feira para ir à escola".

domingo, 10 de maio de 2009

O que eu não consigo te falar

Realmente você não é o mesmo e isso me assusta. Fico com receio de me aproximar, e de qual será sua reação. Eu não sei, deve ser carência, falta sua, saudades, mas estou assim. Com vontade de chorar ao tentar decifrar teus olhares e palavras, pra mim, agora, elas não fazem o menor sentido. Antes era tudo tão claro, como água.

Sei lá, do seu lado, você vê tantas coisas a mais entre eu e você, que eu não enxergo, deve ser a miopia, mas é só uma desculpa que eu arranjo pra continuar aqui. Eu não quero estar aqui, já te disse isso? A verdade é que não acho nenhum lugar onde eu queira estar no momento.

Eu não sei, deve ser carência, falta sua, saudades, mas estou assim. Com medo e receio de dar um passo em falso e cair em uma armadilha, de procurar em outro lugar minha satisfação. Medo de sair e dar errado, e permaneço em um lugar que eu sei que é errado.

A verdade é que eu ando tão afastada, assustada, presa e controlada. Isso me desanima tanto, não ter o poder de usar meus próprios punhos para me defender, e todos ao redor me sufocam, me pressionam pra ser algo a mais, e eu não tenho, em mãos, esse poder de decisão.

Você está tão livre, tão seguro de si... Será que sente falta? Ah eu me pergunto. Oh Senhor, eu e minhas dúvidas. Pensei em te ligar e reservar um dia para nós conversarmos, mas ai, eu estaria declarando meu desespero. Pensei em tantas coisas pra te dizer, sem esperar nada em troca, mas nunca fui boa com frases de efeito.

E eu demoro tanto pra tomar uma decisão, ah isso me frustra. Meus planos para o futuro, mesmo próximo, nunca se concluem, muitas vezes nem começam...Ah, e com você não está sendo diferente, mas até que posso me orgulhar por ter feito durar, foram quantos anos mesmo? Perco a conta, pois parece que você sempre pertenceu à este lugarzinho, ao meu lado, na minha vida. Estive tão feliz.

Pedir pra você desistir, você cumprirá? Oh meu Deus, por que penso nisso? Eu não sei, deve ser carência, falta sua, saudades, mas estou assim. Pensando e dizendo coisas que sequer deveriam se passar na minha cabeça.

Eu não sei, deve ser carência, falta sua, saudades, mas estou assim. Assim como sempre estive.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Suas Borboletas

Eu sinto demais, ou sinto de menos, a única certeza é que não é recíproco. Oh, Deus, será que um dia foi? Será que eu, um dia, fui capaz de retribuir? Será que eu retribuí da forma como deveria de ser? Eu nunca sei ser capaz, não sou capaz de saber. Eu não sei.

Oh, Deus, eu e minhas dúvidas, mais uma vez, o Senhor, penso eu, deve irritar-se comigo, ora pois, mal frequento tua morada, mas o encho de pedidos e perguntas... Pelo menos, à mim, iria irritar.

Pois veja só, de manhã, apesar da neblina, o dia, para mim, estava tão azul, tão vivo, quente, alegre e cantante. Após algumas horas, apesar do céu aberto, o dia, para mim, estava tão cinza, pesado, arrastado...

Os personagens que compuseram minha sexta-feira foram os mesmos, porém, ao passar das transitórias horas, os semblantes estavam diferente. Os sorrisos não me faziam sorrir. Me decepcionei, comigo, obviamente. Eu implorei, sem palavras, por um abraço. E consegui.

E nesse abraço, nesse tempo, no meu dia cinza de horas pesadas, eu pude ver o céu se dividindo, entre o cinza e o azul, e o tempo apressado, parou pra descansar. Eu encostei minha cabeça e respirei, suspirei, e voltei. Me afastei.

Me afastei e permaneci até que meu dia voltasse a ser cinza. Mas até então, me deu uma dor de cabeça, carência, e saudades. Ah, a saudades me trouxe dúvidas também. Mas se torna tão redundante, pois é sobre a mesma reciprocidade. Bem, não a mesma do começo do texto.

A reciprocidade que me acompanhava há anos, e agora, eu não tenho mais certeza. Só da intensidade. Eu sei que é intenso, e imensurável, da minha parte. Da outra parte, eu não posso dizer, já que não sou quem sente, "quem é você pra me dizer que sente o mesmo sem ao menos ser quem sou? "

Oh céus, preciso de um analista. Alguém que não tenha sentimentos por mim, e nem me conheça parcial, ou completamente.

Oh céus, preciso eu, parar de apelar a outros para resolverem meus problemas. Mas uma dica, de vez em quando, não iria fazer mal algum.

Mas o meu maior medo porém, não é de não ser recíproco, é de eu magoar alguém.

A última coisa que eu quero, magoar alguém.

sábado, 2 de maio de 2009

E não tem como não falar de amor.

Acordei de repente, olhando pro teto. O sol mal nascia. Ou já era dia e estava um tempo ruim. Eu não sei, essa casa não tem relógio. Eu abri todas as janelas, e a porta. Não havia luz. Só silêncio, um silêncio que me incomodava, pois não era cessado pela sua voz. Eu decidi então, acender a luz da varanda. E enfim descobri que ainda era madrugada, e eu me precipitei ao acordar. Acendi a luz, e fiquei lá fora olhando para a calçada.

Acontece que eu adormeci na varanda, e o sol, já forte e alto no céu, veio me despertar. Me assustei com o clarão em meus olhos e cai no chão, nada fora do comum, ultimamente, ando caindo muito.

Meus dias são vagos, e esse não foi diferente, dirigi-me a cozinha e preparei xícaras de café. Sentei-me a mesa e bebi aquela bebida forte, amarga e escura. Não quis açúcar, e aquilo desceu queimando minha garganta. Meus olhos vagando pela sala de estar, encontraram, sobre a mesa do centro, ao lado de um copo vazio, a carta.

A carta que eu li três vezes quando a recebi, e outras duas antes de dormir. Eu ainda não havia encontrado respostas ao remetente. Eu ainda não conseguia ser o remetente. Eu pensei em enviar flores. Mas flores não são respostas. Flores são flores. E flores morrem.

Palavras não morrem.

E eu procurava por palavras. Elas me escapam com tanta facilidade. Fui até o centro, e peguei a carta. suspirei antes de abri-la novamente. Li. Mais uma vez. E enquanto lia, formavam-se frases na minha cabeça, mas era tão difícil colocá-las em uma ordem. O mesmo problema de sempre. A mesma mancha azul.

O papel tão bonito, a letra tão legivelmente caprichada, eu preservei com tanto carinho, pois aquilo era meu. Pertencia ao meu infinito. E eu queria, porém incapaz, de retribuir. Sentei-me no chão mesmo, gelado e empoeirado, não ligo. Terminei de ler novamente a carta, na qual algumas passagens eu já havia decorado.

Levantei e decidi fazer algo, me arrumei, e fui à rua. Comprei flores e andei alguns quarteirões, pensei em te ligar, mandar uma mensagem. Mas já havia chegado a frente do seu portão. Os carros passavam e duas senhoras conversavam na casa ao lado, pude adivinhar o assunto - doenças. Respirei.

Respirei de novo.

Suspirei dessa vez, e toquei sua campainha. Demorou. Toquei de novo. Esperei. Você não estava. Deixei as flores no portão. Com um cartão, e um pedido de desculpas.