Ela te devora vivo, e tu sequer sentes a dor, e quando te encontrar consciente, é tarde demais para fugir. Seus olhos castanhos como tempestades, parecem aveludados a primeira impressão, são o anúncio do mal que está por vir, são castanhos como tempestade...Ela diz coisas que te confunde, ela olha nos teus olhos e exige isso de volta, ela fala baixo e insinua coisas, te provoca, e te afoga, como mar de ressaca. E quanto mais perto, mais oblíqua é. Sente-se capaz de decifrá-la, pobre jovem, engana-se! Ela te abre, e degusta tua alma como vinho. Ao amanhecer, o que resta de ti, é a garrafa vazia de vidro, imprestável. E faz isso no verão, com as almas frescas, e no inverno procura conforto urbano, volta pra casa, onde expõe seu peito aberto inatingível, incapaz, insaciável. No outono as folhas caem, os homens também, na primavera, ela renasce e retorna pros ladrilhos velhos que a acolheram. E recomeça sua história de marcas de batom vermelho em taças alheias e cigarros baratos de cereja." - foi o que se ouvia por aí.
Tudo mentira de um coração partido.
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