quarta-feira, 6 de junho de 2012

Brado ao Ódio

Um brinde!
Brinde ao corpo sem alma,
Ao coração sem par,
Ao futuro sem casa,
Ao frio na pele,
e não nos ossos.

À tua indecisão,
ao descaso,
à comodidade,
ao teu sim que é não.

Um brado!
Aos fracos apaixonados
e apaixonantes,
iludidos,
aos que costuram rugas e sorrisos,
com as veias frágeis do coração,
aos que emendam numa só expressão,
a preocupação e felicidade
e reclamam,
-reclamam os ingênuos!-
quando os lábios caem, estourando os fios secos
sentindo o rompimento escorrer,
reclamam!
tecem as lágrimas!
ingênuos.

Um brinde.
Aos que amam.
Sem o medo da correspondência.

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