Engoli um copo de mágoa com a sede de um gole de vida.
Sorri falsamente a saciedade,
enquanto mergulhava profundissimamente
meus olhos fechados num beijo,
eu me apaixonei com os olhos abertos.
Na desilusão em que vivi do outro lado do espelho,
desaprendi a enxergar meus maiores defeitos verdadeiros como são;
essa sensibilidade inerente,
de sentir o sabor do céu, ouvir o som das cores, e tatear a tinta da poesia
sou criança pobre,
com pés descalços no parque
saboreando um pedaço açucarado de nuvem rosa.
E quando abro os olhos e me deparo com sua pele alva,
teus olhos caramelados, esse abraço de afago,
e um sorriso inseguro e sincero,
desisto da gramática,
me desprendo da didática,
e me entrego como sou.
E toda mágoa do espelho é então fotografia,
e o que sou hoje, não seria se não fosse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário