Não é novidade que eu não tenho em meu quarto algumas medalhas, condecorações, troféus, prémios nas minhas estantes. A verdade é que eu nunca fui boa em competições, tanto individual quanto em grupo. Para mim sempre levei apenas na brincadeira, eu só queria me sentir bem. Ganhar...não sei se é tão importante assim.
Isso me afeta de forma tão direta, pois raramente vou atrás do que eu almejo, ou faço um esforço para conquistar algo. Não tomo riscos. E neste ponto da minha vida, no qual estou prestes a completar 16 anos daqui alguns dias, percebo que minha evolução, como ser humano, foi lenta e pequena. Nem sei se posso dizer que houve evolução.
Acontece que, ao parar e observar o que ocorria ao meu redor, percebi que muitas pessoas que eu julgava conhecer, mudaram tão bruscamente, que eu me senti estagnada e congelada em um momento, que eu não sinto vontade de sair, mas ao mesmo tempo eu sou levada, quero dizer, eu me deixo ir conforme o momento. Mas a escolha deveria ser minha. E eu escolhi, não escolher. É como se eu simplesmente assinalasse Nenhuma das Alternativas Anteriores.
Ao mesmo tempo eu sei que não posso continuar assim, nem pelo futuro previsível. Digo, o futuro que finjo prever. Solução? Pra começar, não sei se isso é um problema. Ou apenas uma característica da minha personalidade. Mas essa "característica" está, na verdade, me limitando. Pois sei que não posso continuar ou querer ser algo que não me beneficia.
E toda essa história me deixa vulnerável, na posição de caça, e nunca de caçador. E quando cantarei minha vitória? Mesmo ela estando longe, eu quero poder dizer que consegui isso com meu esforço. Ah, assim, até parece que as coisas vêm ( esse acento existe? ) fácil para mim, pelo contrário. E por esse motivo, muitas vezes elas nunca chegam.
Apesar de ter o meu objetivo estabelecido, os meios que procuro para chegar até lá não são os mais viáveis, e muitas vezes são tortuosos e isso me distrai do que havia planejado no inicio. E acabo demorando tempo demais para me fazer desistir. E Deus sabe, eu não gosto de desistir. Mas é a condição.
E para a desistência não ser mais uma opção, os riscos que devo tomar são maiores, o que me deixa assustada, já que sempre viso a segurança, pois sempre, as chances de perder e de me quebrar são muito maiores do que a chance de cumprir o estabelecido. Preciso de um alicerce mais firme, para que eu não precise mais ter medo de arriscar e de me machucar.
Eu sei que se eu cair, vou me levantar.