sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Home, where I wanted to go

Carta

Me peguei quase chorando ao lembrar de você, e ao tentar conversar a angústia aumentava mais. Foi mais um ano que eu me arrastei até aqui, e você levou tudo o que era seu e um pouco mais... Mas ao conseguir seguir, eu não sinto falta de nada. Só dói, e a dor se acomoda.

Quis te mandar notícias assim como você fez, tomar um café e conversar. E quando eu te vi, foi como avistar uma vitrine e eu não pudesse provar, eu não pudesse ter. Me disse que seus dias estavam sendo cheios, que pretendia tanta coisa para esse ano e portava um sorriso de creme dental. E por fim perguntou de mim, e eu somente disse "os dias são todos iguais"

Meu peito ecoava o vazio daquela tarde escura, que se deu à noite e a manhã cor de café. E repassando os anos que se reprisaram naquela tarde, não recebi a visita daquele que me dava bom dia com um abraço e me cumprimentava xingando minha mãe. Foi a visita de um antropófago sadista, que devorou o resto de mim que sobrevivera.

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