segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Amalma.

Tenho um amor que não é meu,
que tem um amor que não me cabe,
tenho um amor que não me ama a alma,
tenho um amor que é todo amável e pouco amado.

Tenho um amor que é assim,
as vezes de dentro pra fora,
(muitas vezes de dentro pra fora)
as vezes de fora pra dentro.
As vezes me pula o peito,
as vezes se engole todo,
reprime meus ossos todos e engole meu tórax.

As vezes por um fio de vida,
se arrisca lá fora,
preso ainda aqui, no coração,
e volta todo covarde,
todo doído,
todo maltratado,
vira-lata.

As vezes me ama,
-um pouco-
me enche todo o orgulho,
sorri todo narciso,
dilata toda as pupilas
-menina dos olhos-
mas logo murcha,
balão de festa infantil,
rugas mornas molhadas,
coroa de flores.

Tem um amor que me faz parte,
é de dentro pra fora,
me arde.
Tenho um amor que é de alma.

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