segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Os jornais velhos e dia de mudança

Eu tenho uma nova
notícia, menina dos meus olhos
Você, que já é velha
conhecida minha, e da minha vida
bem sabe dos meus amores
tremores e terrores.

Menina dos meus olhos,
menina minha
Que vê o que eu vejo,
mas não sente o que eu sinto.
O café é preto
e o leite é branco
Um, eu gosto amargo
o outro, puro.

Puro, coração de criança
-nem tão pura assim-
meu eu vulgar.
Traiu meus olhos, meu toque
seu toque, meus lábios, seu beijo
meu corpo
coisa
corpo.

Eu tenho uma notícia,
menina dos meus olhos, notícia
é nova como cheiro do café a cada manhã
mas a água já estava fervida,
e o café colhido, e torrado, e moído.
É nova, é notícia.

Onde vivo não é meu lar
mais...
O conforto nostálgico eu acho,
no futuro comum
como dois e dois, são dois-dois.
O passado que era certo,
é dúvida hoje,
o hoje é dúvida hoje.

Meu conforto
minha vida, meu minha, minha...
não são daqui.
Eu estou mudando,
mudando meu corpo
meu físico.
Encontrar meu espírito
meu metafísico

Eis a notícia,
menina dos meus olhos,
menina minha,
menina
estou indo embora.

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