O prontuário me descreve com bursite
O receituário me prescreve uns tantos remédios
Os tantos remédios me atacam uma dor no estômago
Outro receituário me prescreve uns outros tantos remédios
A curandeira do bairro me indica um chá de tantas ervas
A rotina me leva a uns tantos copos d'água
A vontade, à cerveja.
Outro prontuário me castiga com bronquite, além de asmática, crônica.
O receituário me obriga ao pulmão, bromidrato de fenoterol
A curandeira me traz água fervente com outras tantas ervas
A rotina me traz menos dias
A vontade é de renascer.
Outro prontuário me indica o óbvio do stress
Enxaqueca
O receituário assinado como quase obituário
Me pune com tudo natural de viver
Viver assim na esteira defeituosa que vivo
Os punhos tremem,
o estômago reclama,
a cabeça condena,
os olhos cerram,
a boca não geme,
o coração consente.
Sofro de obrigações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário