Eu sabia que a menina cor de fogo era frágil, mas não sabia que ela recoreria à mim. E sim, eu me identifiquei com tal fragilidade e me expus da mesma forma que ela desejava fazer. Foi como se estivéssemo ali, uma para a outra, a vida inteira, em poucos minutos. E ela foi a única pessoa que eu me aproximei a noite inteira. Diferentemente do que eu queria ter feito.
Tinha aquela outra pessoa ali, sentada no canto da parede, e eu de frente, sequer disse o que queria dizer. Tinha aquela pessoa que me dedicou uma música, e eu queria que fosse dedicado tanto mais... E quando aquela pessoa foi embora eu pensei comigo mesma "mas já?", e me segurei para não ir atrás antes que o carro desse a partida. Desviei minha atenção à quem de verdade deveria. Era o dia do menino que brilha. E ele brilha tanto, seu riso é tão gracioso, sua áurea é tão pura, eu o admiro em tantas maneiras.
E apesar de tudo, apesar de mim, eu não me sentia lá. Fui ao banheiro e demorei. Sentei no chão, que nojo de mim, e respirei, levantei e fui ao espelho, lavei minhas mãos e minha nuca. Eu não sentia vontade de voltar para lá. Voltei com a vontade de estar voltando para casa, eu queria na verdade...eu queria a verdade... A verdade por minha parte. cansei de mentir.
Quando a menina cor de fogo me pediu para irmos lá fora, foi um alívio. O ar gelado e leve, e não aquela massa de ar pesada e quente, aquela nuvem em cima de mim. Eu olhei pelo vidro e foi uma cena de natal, todos reunidos e felizes. Quis que ninguém me visse os observando. Sorri pela felicidade deles, enquanto eu ouvia a garota cor de fogo.
Ultimamente eu ando me controlando, pois impulsiva que sou, sei que sou capaz de fazer coisas das quais me arrependeria, e evito o álcool, assim sendo. Mas quando preciso da minha impulsividade, ela se esconde atrás do meu receio e predomina a timidez. Fica difícil assim, até dizer o que quero, o que penso, o que me incomoda. E dessa vez eu não tive tanta dificuldade, pois era recíproco nossos medos. Oh garota, conte comigo, que estou aqui e não vou a lugar algum.
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