Querido, não seremos jovens para sempre, e as coisas mudam, as coisas evoluem, a gente morre e não vemos nada disso. O importante nada importa se o agora não é vivido com intensidade, se não soubermos separar a vida, a realidade, o desejo e o sonho. Uma hora a gente percebe que o coração é somente um punho ensanguentado, que a flor não passa do orgão sexual do vegetal, que o fruto é um ovário, e que o sabor doce aos lábios, é só um aperitivo. Que você é racional. E acima de tudo um animal.
Não sou mais criança, e eu acordei agora, somente agora percebi que nem tudo é lindo, que as pessoas tem maldades nos olhos, que a esperança se equilibra dos dedos de quem merece, e o mundo sobrecarrega os ombros de quem não merece. A vida é injusta, primeiramente porque ela é findavel e ela acaba com qualquer um que der a chance. E eu luto contra ela e à favor dela.
O céu tem nuvens e as nuvens são de água, não faz sentido para mim e por que deveria fazer? Se eu não quero ser assim, do óbvio para o óbvio. Eu quero o absurdo, e nem ele me satisfazer. Minhas verdades serão minhas e somente eu poderei julgá-las, que no momento eu não quero ninguém, eu não preciso de ninguém.
Estive parada, mas já fui à todos os lugares. Estive longe, mas sempre no mesmo lugar, sempre perto. Eu prefiro o silêncio à que palavras falsas, eu prefiro o nada à que lágrimas, eu prefiro o meu café com leite com minhas manias à que sua vida desregrada e vazia. Eu prefiro ser eu à que ser ninguém.
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