domingo, 22 de novembro de 2009

Encantada

Acabou-se o encanto, e príncipe, você não é o herói dessa história, não dessa vez. Não tem mais a mágica, o mistério de como seria... agora é somente aquela sensação de vida comum, realização comum, e cadê a graça?

Eu não me esqueci de quem sou, eu não me soltei no precipício na esperança de voar. Fiquei aqui na terra segura com a certeza de sobreviver, que pena, eu não senti o frio na espinha, calafrios percorrendo todo meu corpo. Eu estava consciente de tudo e exatamente por isso, eu desejaria que nunca tivesse acontecido.

Quero ir a um bar, beber e esquecer da culpa, da dor, e das minhas pernas bambas sem motivo. Meu corpo grudento, seu cheiro em mim, meu cabelo bagunçado e jogado no meu rosto, no seu rosto, meu pescoço está com um machucado. Ah, eu preciso de um banho, eu preciso de outra noite. Se importa, se eu for dormir mais cedo dessa vez? Eu quero ir para casa o quanto antes.

Vou ver um filme, ler um livro, me mergulhar em uma ficção e esquecer de tudo, por um instante. O melhor a fazer agora é deixar o silêncio dominar, que o conflito em mim grita, clama, implora por atenção, por uma chance de causar discórdia, e eu não preciso disso agora. É como se eu não precisasse de mim...

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