segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Cidade

O céu de São Paulo me confunde,
Eu não sei o que é poulição ou o que é nuvem,
Eu não sei seu bom humor ou quando o rio vai encher
Qualquer quarto que eu entro tem cheiro de cigarro
Os vagões que eu percorro estão cheios de doentes
Os trilhos enferrujados e tem ratos por todos os lados.

As casas estão ficando vazias, mas tem gente dormindo na rua.
É discrepância, é descaso, é insegurança
Porque eu quero sair a qualquer horário e me encontrar
E não ver crianças fumando crack
Corações idosos tendo ataque
Eu não quero problema alheio.
Eu não quero problema coletivo.

E as pessoas fazem do fim de ano uma celebração,
como se algo novo e inovador,
Algo revolucionário fosse acontecer.
Ah, eu rio.
Mas o que vale é a festa, e eu adoro festa.
Eu quero alegria e olhar pro lado e ver lágrimas de felicidade,
A vida é triste demais para sermos tristes o tempo todo.
A vida não pode ser nada em excesso.

Eu vou sair de São Paulo, mas depois eu volto, prometo.
Eu quero enxergar as nuvens
E respirar o natural
Eu quero estar de bem com a minha cabeça
E que São Paulo que está em mim,
permita que essa minha indignação, indagação e imaginação
continuem, perpetuem.
Eu posso me afastar, mas a cidade continua lá.

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