sábado, 12 de maio de 2012


Fisiologia

Despi meu corpo, e em carne e osso me expus
Assim como sou, crua e nua.
A carne ainda quente, pulsante e dolorida.
Dói, dói, dói, enquanto pulsa pulsa pulsa.
O pulso ainda pulsa, mas só pulsa, e eu o sinto no chão que eu piso.
Gelado o piso.
bege cru assim como a morte que se mostra no açouque
a morte limpa, bonita, mal-cheirosa, como ela é e com o gosto que tem
e eu estava lá, crua e nua por fora
de dentro para fora, a morte
forte,
que esfaqueia meu ser,
meus olhos,
meu eu.

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