Amanheço cada ve mais tarde
O que fui ontem não reconhece o hoje
Amanhã me desconstruo,
e serei novamente o intervalo entre a pretensão do real
a fantasia de carnaval.
Em minha figura poética, sou imagem
A hipérbole, o hipérbato, a metáfora, anáfora,
o sarcasmo nanquim de Deus.
Sou essencialmente o tom, nunca a cor.
Não me conheço,
não sei me apresenta como algo além do visível.
-Eu sei que vejo, mas não vejo que sei.
A pausa,
entre o primeiro e o segundo ato.
Perdida a partitura,
a música continua sem o solista.
domingo, 16 de setembro de 2012
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Identidade Falsa
Engoli um copo de mágoa com a sede de um gole de vida.
Sorri falsamente a saciedade,
enquanto mergulhava profundissimamente
meus olhos fechados num beijo,
eu me apaixonei com os olhos abertos.
Na desilusão em que vivi do outro lado do espelho,
desaprendi a enxergar meus maiores defeitos verdadeiros como são;
essa sensibilidade inerente,
de sentir o sabor do céu, ouvir o som das cores, e tatear a tinta da poesia
sou criança pobre,
com pés descalços no parque
saboreando um pedaço açucarado de nuvem rosa.
E quando abro os olhos e me deparo com sua pele alva,
teus olhos caramelados, esse abraço de afago,
e um sorriso inseguro e sincero,
desisto da gramática,
me desprendo da didática,
e me entrego como sou.
E toda mágoa do espelho é então fotografia,
e o que sou hoje, não seria se não fosse.
Sorri falsamente a saciedade,
enquanto mergulhava profundissimamente
meus olhos fechados num beijo,
eu me apaixonei com os olhos abertos.
Na desilusão em que vivi do outro lado do espelho,
desaprendi a enxergar meus maiores defeitos verdadeiros como são;
essa sensibilidade inerente,
de sentir o sabor do céu, ouvir o som das cores, e tatear a tinta da poesia
sou criança pobre,
com pés descalços no parque
saboreando um pedaço açucarado de nuvem rosa.
E quando abro os olhos e me deparo com sua pele alva,
teus olhos caramelados, esse abraço de afago,
e um sorriso inseguro e sincero,
desisto da gramática,
me desprendo da didática,
e me entrego como sou.
E toda mágoa do espelho é então fotografia,
e o que sou hoje, não seria se não fosse.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Previsão do tempo
Às vezes sinto sede do silêncio que mora em teu peito,
deitar e respirar teu ar,
às vezes sinto falta do que tenho todo dia,
e quero mais
não só de dia.
Às vezes calo um beijo com palavras,
os pensamentos que não digo,
meus olhos traduzem
um sorriso meio sem jeito,
avermelhado
ao te ouvir pedir,
ao te ouvir falar:
-Vem.
Os teus olhos certeiros,
teu sorriso sem medo,
teu jeito inseguro,
nossa solidão a dois,
construo imagens tuas
como se fosse minha
inteira,
e desenho.
E desenho em tuas curvas os arrepios que quero conquistar,
desenho nos lábios, os suspiros a arrancar,
empresto dos olhos as cores, que mudam
absorvem,
aderem a mim, sentido, vontade,
tranquilidade de pipa no céu noturno.
deitar e respirar teu ar,
às vezes sinto falta do que tenho todo dia,
e quero mais
não só de dia.
Às vezes calo um beijo com palavras,
os pensamentos que não digo,
meus olhos traduzem
um sorriso meio sem jeito,
avermelhado
ao te ouvir pedir,
ao te ouvir falar:
-Vem.
Os teus olhos certeiros,
teu sorriso sem medo,
teu jeito inseguro,
nossa solidão a dois,
construo imagens tuas
como se fosse minha
inteira,
e desenho.
E desenho em tuas curvas os arrepios que quero conquistar,
desenho nos lábios, os suspiros a arrancar,
empresto dos olhos as cores, que mudam
absorvem,
aderem a mim, sentido, vontade,
tranquilidade de pipa no céu noturno.
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Eu vou morrer, é verdade.
Tudo o que vejo em mim é uma versão atrasada daquilo que nunca quis ser,
Um protótipo urbano de um ser em construção.
O típico indeciso
-Não sei o que quero.
Me doem os neurônios, a incapacidade de mudança,
a prisão da falsa liberdade,
a busca da felicidade,
- que não me percence.
os sonhos comprados na internet,
e não de padaria,
a ilusão messiânica de salvar o mundo todo num só ato.
Eu vou morrer, é verdade.
E por que prender um pássaro que sabe seu prazo de validade?
Nada importa,
nada vale,
nada conta,
se sou só um
Um protótipo urbano de um ser em construção.
O típico indeciso
-Não sei o que quero.
Me doem os neurônios, a incapacidade de mudança,
a prisão da falsa liberdade,
a busca da felicidade,
- que não me percence.
os sonhos comprados na internet,
e não de padaria,
a ilusão messiânica de salvar o mundo todo num só ato.
Eu vou morrer, é verdade.
E por que prender um pássaro que sabe seu prazo de validade?
Nada importa,
nada vale,
nada conta,
se sou só um
protótipo,
descartável,
inválido,
resíduo de fábrica.
domingo, 29 de julho de 2012
Nome Próprio
Estiquei meus braços calmos como linha de pipa no céu noturno
Pipa à noite é morta,
qual graça há, sem as cores, o balanço?
Eu não sei, só gosto de sentir o vento,
fechar meus olhos,
respirando fundo a imagem que quero montar.
Te alcancei, na leveza de sonho
segurei, com todo sangue que pude pulsar
este coração é teu
e olhar teus olhos castanhos, a calma que quero conquistar
o toque que me eleva e me retorna
a pele,
o gosto,
o cheiro,
o sorriso.
- Vem e fica.
De linha de pipa à arranha-céu,
esticado meu abraço, firme e frágil,
felicidade é pipa no céu infantil,
é o medo de dar certo,
o sossego da certeza,
o encanto de um sonho.
Felicidade tem teu nome próprio.
Pipa à noite é morta,
qual graça há, sem as cores, o balanço?
Eu não sei, só gosto de sentir o vento,
fechar meus olhos,
respirando fundo a imagem que quero montar.
Te alcancei, na leveza de sonho
segurei, com todo sangue que pude pulsar
este coração é teu
e olhar teus olhos castanhos, a calma que quero conquistar
o toque que me eleva e me retorna
a pele,
o gosto,
o cheiro,
o sorriso.
- Vem e fica.
De linha de pipa à arranha-céu,
esticado meu abraço, firme e frágil,
felicidade é pipa no céu infantil,
é o medo de dar certo,
o sossego da certeza,
o encanto de um sonho.
Felicidade tem teu nome próprio.
terça-feira, 17 de julho de 2012
Sentido
Pedi pra passarem o açúcar, me deram o adoçante.
Pedi um punhado de jabuticaba, mandaram eu ir no pé buscar.
Pedi um copo de água gelada, me veio o copo com a água ali do balde.
Pedi um sorriso,
Pedi um beijo,
Recebi um Adeus.
Cansei de pedir.
Pedir pra vida ser mais, pedir por um herói, pedir pra tudo se ajeitar, pedir por sossego.
Na verdade, a simples verdade, eu não quero nada disso.
Eu só quero, o que isso tudo representa:
O amanhecer, o sabor, a vontade saciada, a saudade, e você meu bem, que só me faz bem.
Pedi um punhado de jabuticaba, mandaram eu ir no pé buscar.
Pedi um copo de água gelada, me veio o copo com a água ali do balde.
Pedi um sorriso,
Pedi um beijo,
Recebi um Adeus.
Cansei de pedir.
Pedir pra vida ser mais, pedir por um herói, pedir pra tudo se ajeitar, pedir por sossego.
Na verdade, a simples verdade, eu não quero nada disso.
Eu só quero, o que isso tudo representa:
O amanhecer, o sabor, a vontade saciada, a saudade, e você meu bem, que só me faz bem.
quinta-feira, 12 de julho de 2012
Boa intenção
Páginas em branco não organizam as palavras sozinhas
Entre um gole e outro,
respiro
mas que porra é essa que está acontecendo comigo?
Eu sei, não quero admitir
Fui atrás, li, procurei e ouvi
o que eu não quis saber.
"Não é pra mim, não sou eu"
Sou o eterno segundo lugar,
a medalha por participação
"Eu me esforcei, mereço estar aqui"
Se esforçar não é o bastante,
de boas intenções basta o inferno.
Se foda.
Tua vida não é a minha.
Se foda.
Nunca precisei,
eu nunca precisarei
provar nada pra mim,
então porque me esforço tanto para dar explicações, para saber motivos, para ter razões?
Se foda, Nara, se foda!
Mande tudo a merda!
E estou, camarada, estou.
Que se foda.
Tu e todos eles,
todo resto,
todo teu passado que tentas inutilmente remontar em mim,
enfie na lama,
mande pro inferno!
Tua vida não é minha.
Entre um gole e outro,
respiro
mas que porra é essa que está acontecendo comigo?
Eu sei, não quero admitir
Fui atrás, li, procurei e ouvi
o que eu não quis saber.
"Não é pra mim, não sou eu"
Sou o eterno segundo lugar,
a medalha por participação
"Eu me esforcei, mereço estar aqui"
Se esforçar não é o bastante,
de boas intenções basta o inferno.
Se foda.
Tua vida não é a minha.
Se foda.
Nunca precisei,
eu nunca precisarei
provar nada pra mim,
então porque me esforço tanto para dar explicações, para saber motivos, para ter razões?
Se foda, Nara, se foda!
Mande tudo a merda!
E estou, camarada, estou.
Que se foda.
Tu e todos eles,
todo resto,
todo teu passado que tentas inutilmente remontar em mim,
enfie na lama,
mande pro inferno!
Tua vida não é minha.
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