Acordei de repente, olhando pro teto. O sol mal nascia. Ou já era dia e estava um tempo ruim. Eu não sei, essa casa não tem relógio. Eu abri todas as janelas, e a porta. Não havia luz. Só silêncio, um silêncio que me incomodava, pois não era cessado pela sua voz. Eu decidi então, acender a luz da varanda. E enfim descobri que ainda era madrugada, e eu me precipitei ao acordar. Acendi a luz, e fiquei lá fora olhando para a calçada.
Acontece que eu adormeci na varanda, e o sol, já forte e alto no céu, veio me despertar. Me assustei com o clarão em meus olhos e cai no chão, nada fora do comum, ultimamente, ando caindo muito.
Meus dias são vagos, e esse não foi diferente, dirigi-me a cozinha e preparei xícaras de café. Sentei-me a mesa e bebi aquela bebida forte, amarga e escura. Não quis açúcar, e aquilo desceu queimando minha garganta. Meus olhos vagando pela sala de estar, encontraram, sobre a mesa do centro, ao lado de um copo vazio, a carta.
A carta que eu li três vezes quando a recebi, e outras duas antes de dormir. Eu ainda não havia encontrado respostas ao remetente. Eu ainda não conseguia ser o remetente. Eu pensei em enviar flores. Mas flores não são respostas. Flores são flores. E flores morrem.
Palavras não morrem.
E eu procurava por palavras. Elas me escapam com tanta facilidade. Fui até o centro, e peguei a carta. suspirei antes de abri-la novamente. Li. Mais uma vez. E enquanto lia, formavam-se frases na minha cabeça, mas era tão difícil colocá-las em uma ordem. O mesmo problema de sempre. A mesma mancha azul.
O papel tão bonito, a letra tão legivelmente caprichada, eu preservei com tanto carinho, pois aquilo era meu. Pertencia ao meu infinito. E eu queria, porém incapaz, de retribuir. Sentei-me no chão mesmo, gelado e empoeirado, não ligo. Terminei de ler novamente a carta, na qual algumas passagens eu já havia decorado.
Levantei e decidi fazer algo, me arrumei, e fui à rua. Comprei flores e andei alguns quarteirões, pensei em te ligar, mandar uma mensagem. Mas já havia chegado a frente do seu portão. Os carros passavam e duas senhoras conversavam na casa ao lado, pude adivinhar o assunto - doenças. Respirei.
Respirei de novo.
Suspirei dessa vez, e toquei sua campainha. Demorou. Toquei de novo. Esperei. Você não estava. Deixei as flores no portão. Com um cartão, e um pedido de desculpas.
OMG, sem palavras
ResponderExcluir@___@,que triste isso :( de fato,isso é veridico não é?
ResponderExcluirmeu olhos logo ficam cheios de lagrimas tentando ao menos intender o por que tudo isso,me tocou de forma imediata,mal sei oque escrever sinceramente,as coisas parecem tão diferentes por aqui,as coisas parecem estar triste para você ultimamente,e por mais que eu não te conheça o bastante pra dizer isso,eu sinto que tem algo de errado,pelo menos isso me incomoda por dentro,me intriste-se tambem,por não por não poder ajudar,me torno um inútel sem rumo e sem direção.....
de fato tem algo de errado....
Já fui Três Vezes Na Porta, procurar as minhas Benditas Flores e não Acho
ResponderExcluirComo fasso?
Texto lindo Amoor
Ass: Gui gatinho do Psy
eu li tudo mais de três vezes. achei tão lindo *__*
ResponderExcluirme tocou. mesmo.