terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Almar

Segunda-Feira, sete de dezembro de dois mil e nove.

Minha alma é um vale seco inundado de contradições, se é que é possível, e eu determino que é, pois tudo acontece dentro de mim, e eu sinto as sensações e tenho necessidade de descrevê-las, por isso escrevo. Escrevo para não esquecê-las, e escrevo à lápis*, pois sei que a qualquer momento estou sujeita a mudar de opinião, ou posso querer reescrever uma frase mal escrita. Pois sou assim, transparente como um lago, misteriosa como um rio, e extensa como o mar. Mutável, como a água. O mar que te hipnotiza, que te suga, que te arrsta para as ondas. O mar que tu descobres, que te define, que te afoga.

Eu queria escrever historinhas. É eu queria. Com um belo enredo, personagens esféricos entrelaçados em uma contagiante narrativa. Na verdade, o que eu queria era te fazer parar para pensar, te fazer querer saber mais, te fazer discutir com o papel. Te fazer encontrar na rotina, elementos que te fizessem perceber que tua vida é uma historinha. Que até hoje, tu não sabes se acredita em Capitu ou em Bentinho. Eu acredito na mentira bem-contada. Eu acredito na dúvida. Eu não tenho talento para historinhas. Nem tempo.

Eu não queria só escrever. Eu queria saber ler as pessoas, e ser a historinha que elas precisam ler no momento. Eu queria ser as palavras, os parágrafos, as vírgulas e interrogações. Muitas vezes me sinto uma bula. Letras miúdas, pensamentos miúdos. Às vezes, raramente mesmo, me sinto dadaísta. Sem sentido algum. Eu queria me sentir como a bíblia, não me pergunte porque, não darei motivos somente religiosos. E religião é um assunto que prefiro evitar.
Eu gosto mesmo não é de sentir em mim, e sim no exterior, parece que o que vem de fora refraciona dentro d'alma, como se fosse um espelho d'água. Os olhos são espelhos.

Mas o que eu admiro mesmo são os sorrisos. Um sorriso pode definir o estado do olhar. Sorrisos são difíceis de se decifrar. As pessoas em sí, são difíceis de se compreender. Algumas são até impossíveis de se conviver. Por isso muitas pessoas preferem cachorros, ou gatos....Eu particularmente gosto mais de pássaros.

Os pássaros dominam o céu. Pode existir avião, ou qualquer outra invenção. Nada supera os com asas e habilidade por natureza. Eles dominam o céu, como eu queria dominar, e sim, logo eu que tenho medo de altura. Mas meu problema não é com o céu, nem o ar, nem a altura em sí. É com o chão, o chão nos limita. Eu não gosto do chão.
Eu gosto do ar e água, eu gosto do fogo, eu gosto do que contradiz o que sou. Porque o que eu fui, não vale mais...

Não gosto de pensar que ao cair, algo vai me interromper: o chão.

2 comentários:

  1. Adorei o "A esperança dança na corda bamba de sombrinha"

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    Passar do chão, talvez inpossível...

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  2. belo texto,porem muito triste e ao mesmo tempo muito reflexivo...,talvez você poderia evitar isso,ou não,a pior coisa das pessoas é de parar e pensar na vida,não que isso fosse ruim,mais na maioria das vezes sempre acabamos fincando triste com o todo,insatisfeitos conosco mais sincera-mente isso faz parte,tenho certeza que não é a primeira vez que você fica assim ;),então use seu orgulho em pró as coisas boas ;),as férias estão você possuem amigos,e com-certeza não gostariam de vela assim desse jeito,procure novos ares,sei que é capaz disso :D

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